A Falconi, maior consultoria brasileira de gestão, entrevistou executivos de 408 empresas para entender a visão dessas companhias sobre os impactos da COVID-19 em seus negócios. Os entrevistados responderam questões sobre a atual situação de suas empresas, quais medidas estão sendo adotadas para superar a crise e qual o sentimento com relação à retomada da economia.
A pesquisa revelou que cerca de 80% das empresas já teve sua receita impactada pela crise, e 44% não espera crescimento ou retomada no faturamento nos próximos 6 a 12 meses. Ao todo, 71% dos entrevistados se diz muito preocupado com a recuperação da economia após a pandemia. O maior grau de insegurança está entre as microempresas, segmento em que 44% dos respondentes se dizem extremamente preocupados com a sobrevivência de seu negócio. Entre as pequenas e médias são 37%. Já entre as grandes, apenas 20%.
Os setores de vestuário, turismo, indústria e siderurgia são os mais pessimistas com relação ao futuro. Nos demais, prevalece o sentimento de confiança. Entre as empresas do segmento de alimentos e bebidas, por exemplo, 67% estão confiantes no crescimento do faturamento pós-crise. O otimismo foi confirmado ainda por 67% das farmacêuticas, 67% das consultorias, 63% das empresas de saúde, 56% das companhias do setor automotivo e 51% das instituições de educação.
Com relação às medidas adotadas para superar os desafios impostos pelo coronavírus, o estudo apontou que 48% das empresas já buscaram a ajuda de instituições financeiras, seja para renegociação ou para aquisição de novos empréstimos. Entre as companhias que pediram mais crédito estão 9% das microempresas, 19% das pequenas e médias e 23% das grandes empresas. Vale destacar ainda que 38% dos entrevistados não tomou nenhuma medida neste sentido e 14% deles não encontrou solução viável.
Transformações
Apesar da preocupação com os impactos financeiros, há também uma tendência de inovação – e reinvenção – entre as empresas que participaram do estudo. Com a mudança no comportamento do consumidor, o setor privado entendeu que precisará se adequar para atender às eventuais novas demandas. Para 39% das empresas, as ações para ampliação da carteira de clientes foi desacelerada, dando lugar às estratégias para a retenção dos atuais fregueses. Já 29% das companhias estão apostando na mudança do mix de canais ou até mesmo em novos produtos e serviços para uma adaptação rápida à mudança de comportamento dos compradores.
A pandemia também acelerou o processo de transformação digital em 78% das empresas respondentes. De acordo com o estudo, estas companhias tiveram que responder rapidamente aos desafios impostos pela crise, adaptando-se ao trabalho remoto, organização de equipes e rotinas, mudanças nos modelos de negócio e adaptação na forma como consomem e ofertam produtos e serviços.
“As empresas que estiverem dispostas a integrar ainda mais os conceitos do digital, da inovação, da criação e da economia colaborativa aos seus negócios, se tornarão protagonistas do novo contexto socioeconômico. Esse levantamento deixa clara a tendência de mudança e indica que recorrer a tecnologia é uma boa opção para garantir a sobrevivência do negócio”, explica Flávia Maia, Associate Manager da Falconi e organizadora da pesquisa.
Engajamento com a sociedade
O estudo apontou grande engajamento do setor privado com o impacto que a COVID-19 tem causado à sociedade. Cerca de 59% das empresas respondentes já executou algum tipo de ação em prol da sociedade. A maioria delas busca ajudar com seus ativos, ou seja, oferecendo serviços de maneira gratuita, por exemplo.
A Falconi está entre as empresas que colocou em prática medidas de apoio, focadas principalmente nos pequenos e médios empreendedores. O Falconi Juntos, programa realizado pela consultoria, realiza mentoria gratuita para 50 pequenos e médios negócios. Por meio da FRST Falconi, empresa de desenvolvimento de competências do grupo, foi oferecida formação online gratuita para colaboradores de trê mil companhias. Além destas iniciativas, a Falconi também é parceira do Covid Radar do Pacto Global da ONU, coletivo de mais de 40 empresas que coordenam esforços para enfrentar os desafios da Covid-19 no Brasil; Compre do Bairro, movimento sem fins lucrativos, que visa a melhoria da rentabilidade e gestão dos pequenos negócios; Todos pela Saúde, atuando no auxílio da gestão e governança dos recursos da iniciativa;
Perfil das empresas entrevistadas
• 408 empresas entrevistadas, representadas por seus CEOs ou presidentes.
• 21 segmentos (Agronegócio, Alimentos e Bebidas, Automotivo, Construção, Consultoria, Educação, Engenharia, Entretenimento, Farmacêutico, Indústria, Informática, Saúde, Siderurgia e Metalurgia, Serviços Financeiros, Serviços Gerais, Serviços Pessoais, Telecomunicação, Transporte, Turismo, Vendas e Marketing, Vestuário).
• Foram entrevistadas empresas de todos os portes: microempresas com faturamento até R﹩ 360 mil; pequenas com faturamento até R﹩ 4,8 milhões; médias com faturamento até 300 milhões; e grandes com faturamento acima de R﹩ 300 milhões