Pesquisa Gartner com mais de 3.000 CIOs revela que empresas estão entrando na Terceira Era de TI

Compartilhar

O negócio digital está amadurecendo, da fase experimental para aplicações em escala massiva. Os CIOs devem evoluir seu pensamento para estarem em sintonia com essa nova era de rápido crescimento na escala dos negócios digitais. O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, anuncia pesquisa global feita anualmnte com líderes de TI e que mostra que a função de CIO continuará sendo essencial para a transformação dos negócios digitais.

Os analistas do Gartner apresentaram os resultados da pesquisa durante o Gartner Symposium/ITxpo 2018, que acontece esta semana em São Paulo até quinta-feira. O levantamento 2019 Gartner CIO Agenda reúne dados de mais de 3.000 CIOs de 89 países e das principais indústrias, que representam aproximadamente 15 trilhões de dólare em receita/orçamentos do setor público, além de 284 bilhões de dólares em investimentos em TI. Os CIOs brasileiros representam aproximadamente 5% do total de entrevistados, respondendo por mais de 500 bilhões de dólares em receita/orçamentos do setor público e 9 bilhões de dólares em investimentos para a área de TI.

Os resultados da pesquisa mostram que os negócios digitais atingiram um ponto crítico neste ano, com 46% dos CIOs brasileiros reportando que suas empresas já mudaram seus modelos de negócios ou estão em processo de mudança.
“O que vemos aqui é um marco na transição para a terceira Era da TI: a Era Digital”, diz Alvaro Mello, Diretor Vice-Presidente do Gartner. “Inicialmente, os CIOs estavam dando um salto do conceito de ‘TI como uma técnica’ para a ideia ‘TI como uma preocupação industrial’. Hoje, 20 anos depois de lançarmos a primeira pesquisa CIO Agenda, as iniciativas digitais, juntamente com o crescimento, são as principais prioridades para CIOs em 2019. O digital se tornou mainstream”, diz o analista.

Escalando os negócios digitais – A pesquisa descobriu que 30% dos entrevistados no Brasil evoluíram seus esforços digitais, aumentando em 12% os números do ano anterior. O principal impulsionador de escala é a intenção de aumentar o engajamento do consumidor via canais digitais. “A capacidade de apoiar uma escala maior está sendo desenvolvida em três áreas fundamentais: volume, escopo e agilidade. Tudo visa encorajar consumidores para interagirem com a organização”, afirma Mello.

IT Budgets – A transformação rumo aos negócios digitais é apoiada pelo crescimento contínuo do budget de TI. Globalmente, os CIOs esperam que seus orçamentos cresçam 2,9% em 2019. A média é ligeiramente menor que a registrada em 2018 (3%). Um olhar sobre as diferenças regionais mostra que as regiões estão se movendo juntas: o líder no crescimento de budget é mais uma vez a Ásia/Pacífico, com um incremento estimado em 3,5%. Europa, Oriente Médio e África (EMEA) devem apresentar crescimento de 3,3% em seus orçamentos e a América do Norte, 2,4%. A América Latina projeta um crescimento de 2% em 2019, abaixo dos 2,8% deste ano. As organizações brasileiras esperam ter um aumento de seus budgets de 2,3%, coparado apenas a 1% de aumento projetado no ano passado.

Após alguns anos com orçamentos de TI diminuindo ou aumentando pouco, há uma clara mensagem agora de que as empresas do Brasil precisam se recuperar do subinvestimento dos anos anteriores. “Os CIOs brasileiros deveriam usar seus recursos financeiros com sabedoria para tornar 2019 um ano transformador para os seus negócios. Deveriam se manter ativos nas discussões sobre transformação e investir tempo, dinheiro e recursos humanos para remover qualquer barreira à mudança. A cultura ainda é mencionada como um dos maiores obstáculos no Brasil. Os CIOs deveriam dedicar tanto tempo quanto os Diretores de RH para moldar uma nova cultura necessária para o sucesso nos negócios digitais”, alerta Mello.

Data Analytics e Inteligência Artificial moldam a agenda de tecnologia dos CIOs – Tecnologias emergentes disruptivas desempenharão papel fundamental na reformatação dos modelos de negócios à medida que mudam a economia de todas as organizações. O Gartner perguntou aos CIOs e líderes de TI quais tecnologias eles esperam que sejam as mais disruptivas. No Brasil, Data Analytics e Inteligência Artificial (IA) foram, de longe, as tecnologias mais mencionadas. Com relação à implementação, quando questionados sobre o uso de Inteligência Artificial em suas organizações, 34% dos CIOs brasileiros responderam que já implementaram a tecnologia por meio de chatbots, otimização de processos ou aplicativos de detecção de fraude. “À primeira vista, isso parece revolucionário. No entanto, esse aumento na taxa de adoção de Inteligência Artificial pode indicar exuberância irracional”, afirma o analista. “Embora CIOs não possam se dar ao luxo de ignorar essa classe de tecnologias, eles deveriam exercer um senso de proporção. Esse último lote de ferramentas IA ainda irá passar por sua fase de desencantamento”. O expressivo foco em cibersegurança mostra a necessidade de criar uma base segura para os negócios digitais que proteja as organizações e seus clientes. A pesquisa indica que, na maioria das empresas, os CIOs ainda são responsáveis pela segurança cibernética. No entanto, a organização de TI não pode mais oferecer essa segurança sozinha. O aumento de ataques como phishing requer uma mudança comportamental mais ampla de todos os funcionários. Em 24% das organizações globais com performance digital de ponta, é o Conselho de Administração que é responsável pela cibersegurança, e não apenas o CIO sozinho. O Brasil ainda está engatinhando neste aspecto com apenas 8% dos CIOs indicando que o board acompanha de perto a cibersegurança de suas empresas. Em 59% das organizações brasileiras participantes da pesquisa, o CIO é o principal responsável pela segurança cibernética. No entanto, para melhorar a segurança contra ameaças cibernéticas em todas as organizações, os CIOs estão combinando medidas para fortalecer os ativos de processamento de informações com esforços para influenciar pessoas que usam a tecnologia.

“O sucesso na terceira Era da TI corporativa depende de estratégia sólida, que combine tecnologias novas e disruptivas com um rebalanceamento dos investimentos existentes”, diz Mello.