Pesquisa do Gartner alerta que a falta de habilidades digitais entre os líderes financeiros é o principal obstáculo para as finanças autônomas

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A falta de habilidades digitais em líderes financeiros seniores causará a metade da rotatividade indesejada entre profissionais até 2026. A estimativa é do Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas. Segundo os analistas, os CFOs (Chief Financial Officers) precisarão se capacitar e se envolver mais com as equipes com conhecimento digital para manter suas equipes na empresa. 

“Os Chief Financial Officers deveriam estar preparando seus times para uma época na qual o setor financeiro operará de forma autônoma, impulsionada por tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), mas poucos líderes financeiros conseguirão aprender habilidades digitais por conta própria”, afirma Marco Steecker, Diretor de Pesquisa da Prática Financeira do Gartner. “Uma lacuna de competências digitais aumentará nos próximos anos se não for trabalhada, e os CFOs desatualizados terão cada vez mais dificuldade para gerenciar os times responsáveis pelas entregas das iniciativas digitalizadas.” 

A análise do Gartner sobre o papel dos talentos em uma função financeira autônoma é impulsionada em parte pela natureza mutável das equipes financeiras. Os especialistas do Gartner preveem que, até 2026, a automação e a Inteligência Artificial (IA) resultarão em 50% de novos colaboradores contratados para as funções de finanças corporativas de alto desempenho, reunindo experiências diferentes de finanças ou de contabilidade. Os profissionais com conhecimento digital avaliam a gestão de pessoas como um dos fatores mais críticos para escolherem seus locais de trabalho. 

À medida que a demanda por habilidades tecnológicas aumenta e os históricos tradicionais de contabilidade diminuem, a lacuna de conhecimentos digitais também aumentará, a menos que a alta administração, incluindo CFOs, intensifique os esforços para educação digital. Segundo o Gartner, 18% das equipes financeiras pesquisadas demonstram competências digitais, em comparação com apenas 11% dos gerentes. 

“Nossa pesquisa mostra que os Chief Financial Officers que defendem diretamente a Inteligência Artificial (IA) e outros esforços digitais têm um impacto significativo no sucesso de programas em comparação com aqueles que assumem um papel passivo”, diz Steecker. “Os CFOs que desenvolverem maior alfabetização digital poderão se aproximar ainda mais de seus talentos mais vitais e mitigar desgastes indesejados que podem inviabilizar seus esforços de transformação”. 

Steecker recomenda que os CFOs se preparem juntamente com seus gerentes financeiros seniores para as crescentes demandas de alfabetização digital por meio das seguintes etapas: 

1) Revisitar e atualizar os quadros de competências dos gerentes financeiros para priorizar as competências digitais; 

2) Estabelecer e participar de esforços mais amplos de capacitação digital organizacional, tendo essa formação ajustada especificamente para a função financeira. 

3) Buscar oportunidades de mentoria reversa com uma equipe já alfabetizada digitalmente. 

“Os programas de qualificação digital de maior sucesso que vemos são aqueles nos quais o CFO está pessoalmente visível e envolvido em toda a jornada de aprendizado”, diz o analista. “Isso vai além de um poderoso efeito de sinalização e fornece aos líderes a fluência para falar a língua de seus principais talentos”, diz Steecker.