A inteligência artificial (IA) vem transformando o mercado de trabalho, mas ainda há um longo caminho para que as empresas aproveitem plenamente seu potencial no setor de Recursos Humanos. De acordo com a Pesquisa de Tendências da Catho, que contou com a participação de empresas de diversos portes, refletindo a realidade de pequenas, médias e grandes organizações, 30,6% dos respondentes afirmam que o uso de IA para recrutamento e seleção está entre as tecnologias mais importantes para a gestão de colaboradores. Mesmo assim, apenas 49,2% consideram a inteligência artificial importante ou muito importante para suas empresas em 2025.
O levantamento também mostra que 22,2% das companhias enxergam a IA no RH como um dos principais desafios internos para o próximo ano, um indicativo de que a adoção da tecnologia ainda enfrenta barreiras relacionadas a preparo, cultura organizacional e capacitação de equipes.
“As empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, estão começando a entender o papel estratégico da inteligência artificial no RH, mas ainda enfrentam desafios de implementação e capacitação. O próximo passo é incorporar a tecnologia de forma ética e eficiente para apoiar decisões mais assertivas, reduzir vieses e otimizar tempo nos processos de recrutamento”, destaca Eber Duarte, CTO da Redarbor Brasil, detentora da Catho.
Além de impactar os processos internos, a inteligência artificial também vem se tornando uma habilidade valorizada nos profissionais. Segundo a pesquisa, 17,7% das empresas apontam competências em IA como uma das hard skills mais buscadas nos currículos, reforçando que o domínio de ferramentas e conhecimentos em tecnologia está passando de diferencial para requisito competitivo em diversas áreas e em companhias de diferentes tamanhos.
O uso da IA, no entanto, não se limita apenas à triagem de currículos ou ao recrutamento e seleção. Segundo Eber, a tecnologia também pode apoiar o RH em outras etapas do ciclo de gestão de pessoas, como a redação automática de descrições de vagas mais inclusivas e atrativas, a criação de checklists personalizados para integração de novos colaboradores, o envio automatizado de e-mails e comunicações de boas-vindas, a definição de trilhas de aprendizado personalizadas com base em desempenho e habilidades, e até a verificação de inconsistências em lançamentos de ponto e folha de pagamento.
Para superar essas barreiras na adoção de IA, o especialista destaca que as empresas precisam investir além de tecnologia, como em educação e mudança cultural: “Nesse momento as pequenas empresas, por exemplo, podem focar no básico, começando por entender como a IA pode ajudar no dia a dia, treinar as equipes para usarem essas ferramentas com segurança e buscar soluções simples, que tragam resultado real. O segredo está em usar a tecnologia de forma prática, alinhada às necessidades do negócio e sempre com atenção à ética e à transparência”.
Além disso, Eber ressalta que mesmo as micro e pequenas empresas podem começar a aplicar esse olhar inovador sem grandes investimentos, com apoio de medidas como a utilização de ferramentas gratuitas de triagem de currículo em plataformas de empregabilidade, como a Catho, a automação de tarefas administrativas simples e o incentivo à capacitação digital das equipes visando a modernização do RH.
“Mais do que o tamanho da empresa, o que faz a diferença é a mentalidade de inovação e aprendizado contínuo, que permite aproveitar o melhor da tecnologia com os recursos disponíveis. É claro que o olhar humano deve atuar lado a lado, para que não seja substituído e sim complementado. Mas não podemos deixar de notar como a IA é uma ferramenta poderosa quando usada com responsabilidade e visão estratégica em diversos setores, principalmente no RH”, conclui o porta-voz.