A participação dos produtos importados no mercado brasileiro de bens industriais continua crescendo e bate novo recorde. O coeficiente de penetração de importações, que considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria, atingiu 22,2% no acumulado dos últimos quatro trimestres encerrados em março. Foi o maior valor da série iniciada em 1996. As informações são do estudo Coeficientes de Abertura Comercial, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, 17 de maio.
O coeficiente de penetração das importações está 0,3 ponto percentual acima do recorde anterior, de 21,9%, registrado no último trimestre de 2011. Segundo a pesquisa, realizada em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), com exceção do ano de 2009, o índice de participação de produtos importados no mercado brasileiro sobe desde 2003 e acumula crescimento superior a 10 pontos percentuais.
Na indústria de transformação, a participação de produtos importados na produção dobrou em uma década, atingindo também valor recorde. Passou de 10,5%, em 2002, para 21,1%, no acumulado em quatro trimestres até março último.
O economista da CNI Marcelo Azevedo diz que as novas medidas do Plano Brasil Maior, a redução da taxa de juros e a valorização cambial demoram para surtir efeito prático e, por isso, a participação dos importados continua crescendo. “Essas mudanças demoram a aparecer nos preços e na percepção dos consumidores na hora da compra”, explicou.
Exportações – Já o coeficiente de participação das exportações, que mostra a evolução da proporção das vendas externas no valor da produção industrial, atingiu 18,1% no acumulado dos últimos quatro trimestres encerrados em março último. Mesmo com aumento de 0,2 ponto percentual frente ao registrado em 2011, o índice está abaixo do teto histórico, de 20,4%, registrado em 2006.
Enquanto a participação das vendas para o exterior na indústria de transformação foi de 15,2% no acumulado de quatro trimestres encerrados em março, o coeficiente da indústria extrativa alcançou 72,3% no período.
Fonte: Confederação Nacional da Indústria