Quanto mais a pandemia se prolonga e algumas empresas estendem o home office, mais os colaboradores e gestores passam a enxergar o trabalho remoto como uma alternativa que veio para ficar. Dados do mais novo relatório da Workana , maior plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, cujo levantamento foi realizado entre abril e maio, reforçam isso ao revelar que, 94,2% dos profissionais com carteira assinada gostariam de continuar trabalhando remotamente após a pandemia, e que para 96,7% deles, o benefício do home office será um diferencial na hora de escolher a empresa onde desejam trabalhar.
Trabalhar com foco em resultados é possível, bem como cumprir todas as tarefas sem a necessidade de estar em um escritório desprendendo oito horas por dia – sem contar o tempo gasto em deslocamento. Foi isso que apontaram 91% dos CLTs entrevistados para a pesquisa da Workana. E a opinião dos gestores não foi muito diferente: 84,2% deles pensam em promover o trabalho remoto, e acreditam que o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal é um aspecto que terão de priorizar, considerando também a flexibilidade de horários.
Para o country manager da Workana no Brasil, Daniel Schwebel, esses números altos e positivos sobre o home office mostram que os trabalhadores provaram uma nova realidade, e gostaram. “As pessoas têm se atentado mais à qualidade de vida, à importância de estar em um ambiente confortável, junto à família, e com mais liberdade”. Mas, por que todas as vantagens desta modalidade de trabalho não eram notadas antes?
Segundo a pesquisa da Workana, 59,1% dos líderes de empresa responderam que mesmo antes da pandemia sempre incentivaram o home office. Porém, isso não é o que os colaboradores dizem, tanto que só 36,3% dos profissionais CLT afirmaram que o trabalho remoto era incentivado nas empresas antes de entrarmos em isolamento social. Schwebel acredita que o motivo dessa diferença entre as opiniões e a resposta para a não adoção do trabalho à distância pode estar na dificuldade em abandonar padrões antigos – que até então mantinham todos na zona de conforto, num ambiente de trabalho controlado -, para identificar as novas necessidades dos líderes e colaboradores – sem esquecer do mercado – e se readequar.
As empresas que mudaram rapidamente seus padrões, ouvindo mais seus funcionários, foram as que demonstraram ter se adaptado mais facilmente ao novo normal. E, falando em ouvir os profissionais, para 35,2% deles, o trabalho ficará mais flexível e o sucesso da obra será medido pelo resultado oferecido, e não pelas horas trabalhadas; Para 17,2%, haverá mais liberdade e autonomia no trabalho e, mais do que nunca, os “chefes” terão que se tornar líderes; e 16,4% acreditam que a empresa deverá ter uma comunicação mais transparente para que o colaborador esteja alinhado com seus objetivos, mesmo à distância.
Da ótica dos gestores, os dados mostram que as prioridades e desafios daqui pra frente – que vem ao encontro das necessidades dos trabalhadores -, estão ligados exatamente à comunicação, mas também à empatia. Para 28,6% dos líderes, o desafio está em gerar mais flexibilidade nas horas de trabalho para garantir o equilíbrio entre vida e trabalho, e para 14,3% oferecer alguma solução para ajudar os pais que trabalham em casa com crianças .
Outra barreira encontrada por colaboradores e empresas diante dessas mudanças repentinas é o aprimoramento da tecnologia e da conectividade. Na atual conjuntura, a estrutura do departamento de TI, por exemplo – ou a falta dela -, pode ditar se o home office será uma experiência positiva ou não para um negócio. Ainda segundo o novo relatório da Workana, para que a continuidade do trabalho remoto se dê de forma eficiente, 35,7% das empresas disseram que precisarão melhorar a tecnologia e a conectividade e, para 7,1%, será prioridade atualizar computadores e servidores para que os funcionários possam usá-los normalmente em casa.
“Encarar e criar soluções para esta nova realidade pode parecer impossível num primeiro momento, porque a tendência é sempre cair no modelo antigo de trabalho ao qual fomos condicionados e isso faz parecer que rodamos, rodamos, e não saímos do lugar. No entanto, é aí que devemos persistir e nos desafiar a experimentar algo novo a cada dia, até encontrar uma rotina que se enquadre no nosso perfil”, conclui Schwebel.