Atravancados com as fracas taxas de crescimento apresentadas em casa, muitos empresários de economias maduras estão de olho nas oportunidades de expansão internacional, principalmente nas economias emergentes de rápido crescimento, revela o International Business Report (IBR) 2012 da Grant Thornton. Em contrapartida, os mercados emergentes estão procurando tecnologia e talento nos países mais maduros.
Segundo dados do IBR, globalmente, 57% dos líderes que consideram a expansão além-fronteiras estão de olho nas cinco maiores economias emergentes – China, Índia, Rússia, Brasil e México. Apenas 38% e 33% dos executivos consultados veem a Europa Ocidental e a América do Norte, respectivamente, como destino para se internacionalizar.
O Brasil é o terceiro país na escala de prioridades de investimentos e alvo de interesse principalmente de empresários espanhóis (45%), norte-americanos (42%) e argentinos (35%). Entre as outras economias que também chamam a atenção, a China é alvo de 63% dos executivos japoneses, enquanto a Índia atrai interesse principalmente dos norte-americanos (32%) e a Rússia dos turcos (49%) e alemães (42%).
“Negócios dinâmicos estão constantemente à procura de oportunidades de crescimento e a expansão para diferentes mercados pode impulsionar os planos de crescimento. As economias emergentes possuem um vasto mercado consumidor e perspectivas de expansão, fundamental para o crescimento em novos mercados e a diversificação.”, diz Paulo Sérgio Dortas, Managing Partner da Grant Thornton Brasil.
Segundo o executivo, o Brasil ainda conta com a perspectiva dos investimentos em infraestrutura voltados ao Pré-sal, e injeção de capital relacionado aos Mega Eventos. “A contribuição da iniciativa privada é necessária para cobrir as necessidades de crescimento e, por isso, os investimentos estrangeiros continuam sendo muito bem-vindos”, complementa Dortas.
O IBR também mostrou que a globalização das empresas não é mais um via de mão única. Cada vez mais negócios lucrativos nas economias emergentes estão buscando oportunidades de expansão em mercados maduros, seja através da abertura de novas instalações ou comprando ativos problemáticos. Empresas na Turquia (59%), Rússia (37%), Índia (33%) e China (27%) estão buscando oportunidades na Europa Ocidental. Enquanto, 33% dos empresários da América Latina, subindo para 58% no México, olham oportunidades na América do Norte.
“A razão pode dizer para não investir em economias maduras com crescimento lento. Mas, o instinto pode indicar que a aquisição de uma companhia lutando para sobreviver pode abrir acesso a mercados estratégicos, profissionais e tecnologia. A parceria pode significar ganho na produtividade, com transferência de tecnologia ou acesso a novas habilidades e processos. Isso pode rapidamente levar uma empresa a um rápido crescimento permitindo produzir produtos e serviços de maior valor agregado”, comenta Dortas.
No Brasil, a maioria das empresas planeja a expansão internacional por meio de crescimento orgânico (59%). Apenas 4% esperam a internacionalização por M&A e 30% pelos dois. Para os empresários brasileiros, o acesso a mercados chave (83%) e com alto potencial de crescimento (64%) e os incentivos tributários (43%) são os principais fatores para definir a geografia da internacionalização.
Os executivos no País acreditam que o maior desafio para desenvolver os seus negócios internacionalmente é a legislação e regulação (52%), seguido pela dificuldade em achar os profissionais certos (45%). As prioridades são semelhantes ao reportado globalmente com resultado de 45% e 35%, respectivamente.