Levantamento da consultoria também apontou que 30% dos brasileiros querem continuar integralmente no modelo home office
Os profissionais brasileiros querem não apenas ser recompensados com salários e benefícios, mas também almejam oportunidades de aprendizado e crescimento dentro das empresas em que atuam. É o que mostrou uma pesquisa inédita elaborada pela Bain & Company no País e em outras nove nações.
O estudo “The Working Future:Re-humanizing work” ouviu cerca de 2 mil brasileiros e mostrou que as três principais prioridades para os trabalhadores do País – dentre 10 listadas – são: bons salários e benefícios (23%); oportunidades de crescimento e aprendizado (17%); e flexibilidade de horas trabalhadas (9%).
A pesquisa teve o objetivo de identificar como os líderes empresariais estão enxergando as mudanças dos perfis profissionais e se estão cientes que precisam mudar a maneira como pensam a sua força de trabalho para ficar à frente das rápidas mudanças tecnológicas e sociológicas. O estudo também quer mostrar quais ações realmente farão a diferença para as organizações no futuro.
“Na nossa visão aqui na Bain, a relação entre trabalhadores e empresas está mudando radicalmente, forçando os líderes a repensar sua abordagem em relação às equipes”, afirma Alfredo Pinto, sócio da Bain & Company. “E nunca houve um momento mais oportuno para fazer isso: o talento está rapidamente se tornando o recurso mais precioso das organizações.”
A Bain & Company também quis identificar nesse trabalho qual o papel que a pandemia desempenhou nessa mudança de perfil profissional, especialmente em razão de um movimento em massa na adoção do trabalho remoto. De acordo com o estudo, 30% dos brasileiros desejam continuar no modelo “home office” em pelo menos cinco dias na semana, enquanto que 33% optariam por trabalhar de dois a três dias por semana no escritório.
O estudo considerou que nesse aspecto do trabalho remoto, os avanços na tecnologia de comunicação e o surgimento de novas plataformas digitais estão permitindo que as empresas reduzam custos e melhorem a flexibilidade, deslocando uma parcela cada vez maior do trabalho para além dos espaços físicos tradicionais das organizações.
Por outro lado, o estudo da Bain mostrou que a covid-19 causou uma enorme tensão psicológica, elevando os níveis de estresse dos profissionais. No Brasil, isso foi particularmente identificado nas pessoas entre 18 e 34 anos, com 65% dessa faixa etária afirmando que se sentiram estressados ou sobrecarregados durante o período de isolamento. Nas faixas entre 35-54 anos e acima dos 55 anos esse porcentual foi de 61% e 50%, respectivamente.
Sobre a pesquisa
A pesquisa “The Working Future:Re-humanizing work” foi realizada pela Bain & Company com 20 mil profissionais em 10 países – Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Japão, China, Índia, Brasil, Indonésia e Nigéria. O estudo incorpora uma vasta literatura em economia, sociologia, antropologia, psicologia e história, e contribuições de uma ampla gama de especialistas no assunto. Também se baseia nas centenas de conversas que a Bain realizou com executivos desde o início da pandemia por meio de fóruns de CEOs.
A partir desta pesquisa, a Bain & Company identificou cinco temas principais que estão remodelando os modelos de trabalho. São eles:
- As razões pelas quais trabalhamos estão mudando. Ganhos imensos nos padrões de vida nos últimos 150 anos nos permitiram gastar menos tempo trabalhando, mas também aumentaram nossas expectativas sobre o que um emprego deve proporcionar;
- As crenças sobre o que constitui um “bom trabalho” são divergentes. Pensar no “profissional médio” não ajuda mais, pois as atitudes em relação ao trabalho se fragmentam. Em vez disso, apresentamos seis arquétipos de trabalhadores, cada um com um conjunto muito diferente de prioridades;
- A automação está ajudando a re-humanizar o trabalho. Capacidades distintamente humanas – em torno de solução de problemas, conexão interpessoal e criatividade – estão crescendo em importância à medida que a automação elimina o trabalho rotineiro;
- A mudança tecnológica está confundindo os limites da empresa. O trabalho remoto e contingente (ou ‘gig’) está crescendo em importância, criando problemas iniciais à medida que as empresas tentam manter a coesão;
- As gerações mais jovens estão cada vez mais sobrecarregadas. Os jovens em economias avançadas estão sob crescente pressão psicológica, com efeitos colaterais em suas vidas profissionais.
Para ver a pesquisa completa, acesse o link.