Especialista da CG One destaca tendências do setor de TI para o próximo ano e alerta para desafios da falta de planejamento antecipado
Segundo uma pesquisa divulgada pela consultoria Gartner, os orçamentos de TI organizados pelos CISOs (Chief Information Security Officer) brasileiros devem crescer pelo menos 6,6% em 2025. De acordo com o Gartner, os dois campos prioritários para investimentos são a inteligência artificial e a cibersegurança. Enquanto a primeira é apontada como a tecnologia disruptiva do momento, a questão protetiva se justifica pelo aumento considerável nas tentativas de ataques.
De acordo com a Check Point Research, os crimes cibernéticos tendo empresas como alvo cresceram 75% no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. No Brasil, o aumento foi ainda maior, com 95% mais investidas.
Apesar do crescimento significativo, somente a injeção financeira pode não ser suficiente para garantir o sucesso esperado. Na visão de Denis Riviello, diretor de cibersegurança da CG One, empresa de tecnologia focada em segurança da informação, proteção de redes e gerenciamento integrado de riscos, é preciso que haja um planejamento prévio de onde o dinheiro será alocado para o melhor aproveitamento dos recursos. “Os investimentos devem sempre considerar uma análise de risco aprofundada, observar tendências emergentes e priorizar o compliance e o custo-benefício com regulamentos de segurança”, explica.
Ainda na opinião do especialista, as prioridades dos CISOs para 2025 devem incluir tecnologias avançadas de segurança, como firewalls, sistemas de gerenciamento de informações e eventos de segurança (SIEM), além de soluções de acesso à rede zero trust (ZTNA). Outro foco central será a automação via uso da inteligência artificial, assegurando respostas mais ágeis e precisas a incidentes. “A adoção da IA como uma ferramenta de suporte deve ser tratada como prioridade para o próximo ano”, ressalta.
Além das soluções em si, a conscientização e a capacitação dos colaboradores continuarão sendo pontos fundamentais à segurança corporativa. De acordo com o executivo da CG One, programas de educação para cibersegurança, treinamento contínuo e campanhas de conscientização devem receber uma atenção especial no atual contexto. “A chegada de novas tecnologias, como a própria IA, exige um esforço maior de compreensão por parte da equipe. Até porque, a tecnologia só é eficiente quando os colaboradores sabem utilizá-la”, adiciona.
Fatores de risco
Apesar da importância de se construir um planejamento antecipado aos investimentos, Riviello destaca que existem certas práticas que podem colocar em xeque todo o esforço desempenhado pela empresa. Dentre as falhas mais comuns estão a falta de alinhamento entre os investimentos aos objetivos do negócio, subestimar os eventuais custos operacionais e de manutenção das soluções, a ausência de aprendizado com incidentes anteriores e, principalmente, o subinvestimento destinado à equipe e processos.
Como consequência a essa organização falha, o especialista alerta para a ineficiência dos métodos e aparatos protetivos, o risco reputacional da marca e a dificuldade em cumprir requisitos regulatórios. “O orçamento de cibersegurança deve apresentar um foco estratégico, com prioridades bem definidas a fim de garantir que a organização esteja preparada para enfrentar as ameaças emergentes”, conclui Riviello.
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