Por Marcelo Arakaki, Sócio e COO da BlueLab
As inovações tecnológicas que impactam o dia a dia – e consequentemente o mercado de trabalho – sempre delinearam o perfil do profissional que terá seu espaço garantido.
Inevitavelmente, o trabalhador precisa ser atualmente uma pessoa inclinada ao uso da tecnologia, pois se hoje ela permeia praticamente todas as áreas da economia mundial, em breve será inimaginável uma rotina de trabalho que não tenha absorvido essas inovações em seus processos.
E se a resistência às mudanças e o apego à rotina já foram atributos valorizados por muitas empresas, principalmente por serem inerentes a pessoas consideradas mais “estáveis”, hoje em dia, e daqui para frente, os profissionais precisarão ser flexíveis e abertos às transformações. E isso exige uma outra qualidade que tende a ser muito valorizada: a do bom planejador. Obviamente não é necessário que a pessoa adivinhe o futuro, mas que planeje sua carreira com mais frequência, considerando as tendências de sua profissão e do seu setor.
Muito se fala também sobre o fato de apenas os empregos mais repetitivos correrem o risco de serem automatizados. Mas o fato ao qual pouca gente se atentou é que muitas funções consideradas intelectuais também são repetitivas e, dessa maneira, automatizáveis. Dou aqui um exemplo prático, citando o trabalho de um advogado cuja função é buscar em processos anteriores brechas ou decisões de juízes que tenham sido favoráveis a casos similares ao qual ele defende atualmente. Pois hoje já há robôs que fazem esse tipo de investigação.
Da mesma maneira, a Inteligência Artificial está sendo utilizada para analisar laudos de exames médicos que, até pouco tempo atrás, apenas especialistas podiam fazer. E o que isso indica? Que o profissional do futuro precisa usar as tecnologias para ampliar sua capacidade produtiva e trabalhar cada vez mais seu lado criativo. A criatividade já era, mas será ainda mais uma das características mais procuradas e valorizadas pelos empregadores. Estamos falando de criatividade orientada ao negócio, ou seja, a capacidade de inovar.
Se por um lado já é possível antever o que as empresas esperam desse novo profissional, por outro, a formação desse perfil, pelo menos aqui no Brasil, está muito distante dessa nova realidade. Os modelos adotados por quase 100% das escolas de ensinos fundamental e médio são medievais diante da verdadeira revolução que já está acontecendo no mercado de trabalho. Por isso, não conte só com eles, pelo menos por ora.
Nesse cenário adverso, como as empresas valorizam o desempenho excepcional, então cabe a cada um descobrir e reforçar os seus pontos fortes, pois, por definição, é mesmo impossível conseguir um desempenho acima da média com os seus pontos fracos. O profissional deve conhecer diversas áreas diferentes e acumular experiências boas.
Em paralelo, também deve buscar potencializar ainda mais seus diferenciais por meio de muito estudo, cursos e práticas que reforcem ainda mais seus pontos fortes, pois trabalhar nos pontos fracos significará, na maioria das vezes, apenas alcançar a média de mercado neste ponto… E o que se busca é a excelência!!!
Sempre haverá espaço para aqueles esforçados que estiverem abertos à nova realidade e dispostos a se transformar com ela.