Por Luiz Fernando Lopes, gerente de plataformas digitais na TecBan
Antes restritos a filmes de ficção científica, termos como moedas digitais, blockchain e tokenização estão cada vez mais presentes no dia a dia de empresas e governos. No Brasil, o Banco Central (BC) lançou recentemente o Piloto do Real Digital, que testará iniciativas de diversas instituições e prestadores de serviços financeiros para o desenvolvimento da moeda digital do País. Ao longo dos próximos meses, representantes de 14 instituições e consórcios irão avaliar a usabilidade, segurança, escalabilidade, privacidade dos dados e a conveniência da moeda digital para os consumidores. Com previsão de lançamento para o final de 2024, a novidade deve revolucionar o mercado financeiro, entre outros e abrir novas possibilidades para investidores e empresas através da tokenização além de promover a inclusão social.
O processo de tokenização prevê a conversão de um ativo físico ou produto financeiro, como ações, imóveis, debêntures e até mesmo obras de arte, em um token digital. Cada token representa uma parte do ativo original e pode ser comprado e vendido como um investimento, democratizando o acesso a esse tipo de investimento. Além disso, todas as informações do ativo em questão são registradas no blockchain, tornando as transações mais seguras e transparentes para os envolvidos, reduzindo custos e eliminando intermediários desnecessários.
A solução permite, por exemplo, que investidores pessoa física comprem ativos de empresas e startups, democratizando todo o processo, algo que hoje fica reservado a grandes gestores em linhas gerais, ao mesmo tempo que favorece essas companhias na hora de acessar investidores e buscar recursos. Outra possibilidade é a aquisição de tokens como forma de investimento, a fim de obter lucratividade futura com a venda, gerando ainda mais possibilidades em diversos âmbitos. A tokenização de imóveis, por exemplo, já é uma realidade e traz vantagens como a redução da burocracia e um processo de compra e venda mais transparente para todos os envolvidos.
A hora de apostar é agora
Dados mostram que o Brasil está entre os líderes globais de tokenização e conta com dois sandboxes – CVM e BC – onde empresas de diversos setores conseguem estruturar suas plataformas e lançá-las oficialmente além da aprovação do projeto de lei 4.401/2021 que foi aprovado na Câmara dos Deputados. Com o ambiente regulatório favorável e a crescente aceitação de criptomoedas como forma legítima de investimento e financiamento, o mercado prevê um aumento de liquidez e uma maior adoção de soluções baseadas em blockchain em diversos setores.