Não é mais novidade nos depararmos com boas e consolidadas startups, que aliam conceitos inovadores a produtos brilhantes, os quais fazem toda a diferença no nosso dia a dia.
Se elas estão em serviços vitais, como transporte e alimentação, por que não entrariam em negócios ainda maiores, como o de transações bancárias? Este é o caso das Fintechs, já consideradas fenômenos mundiais. Obviamente, essa atmosfera de inovação muda drasticamente a forma como o mercado se comporta, ampliando as possibilidades de negócio e, fatalmente, as concorrências.
Para muitas pessoas, é difícil imaginar uma estrutura de livre mercado se os serviços financeiros de bancos e corretoras deixassem de ser exclusivos e essenciais, ainda mais no Brasil, culturamente dependente desse formato. Mas para as Fintechs, esse movimento já é uma realidade exequível e de sucesso, aproximando a tecnologia ainda mais do setor de serviços diretos.
A velocidade com que essas empresas estão se multiplicando é prova de que o modelo de negócio idealizado é eficiente. Segundo dados da consultoria Clay Innovation, mais de 150 startups já atuam nesse segmento no Brasil, divididas em setores de pagamentos, empréstimos, gestão financeira, seguros, entre outros.
Entre os diferenciais das Fintechs que merecem destaque e seduzem positivamente o mercado estão a possibilidade de antecipação de riscos e de trabalhar com tecnologia avançada, nova e hábil, além de reduzir a escala de processos que atrapalham o ganho de eficiência.
Tais conveniências são fundamentais para a renovação de um setor de serviços perdido em protocolos de atendimento ineficientes, que deixam qualquer tipo de relação com as instituições completamente distante. Com as novas gerações manipulando e detendo mais capital financeiro, é interessante e essencial falar a mesma língua desse público, por motivos de transparência, relacionamento e, claro, sobrevivência.
Não podemos tomar como uma verdade absoluta, mas a geração dos nossos filhos não possui o perfil para atuar horas em escritórios fechados, ou para recorrer a bancos tradicionais, em filas gigantes para negociar empréstimos, por exemplo. Sem contar que a possibilidade de resolver qualquer movimentação ou demanda, diretamente em seu aparelho de celular, em um único clique, é o futuro aguardado pelo público-alvo de diversos setores. Essa mudança precisa ser feita – e logo.
A transformação do mercado e o apelo para novos negócios são cíclicos e importantes para o desenvolvimento de estilos distintos e métodos originais de oferecer serviços fundamentais. Como profissional de tecnologia e especialista nessas áreas, enxergo que as Fintechs têm muito a nos ensinar, sobretudo por sua finalidade de atender da melhor maneira o consumidor e ofertar a ele um serviço integrado, útil e facilitador.
Ana Claudia S. Reis, sócia da The Caldwell Partners no Brasil