O futuro da gestão de restaurantes está na análise de dados

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Por Edson Oliveira, CEO e cofundador da Opdv, plataforma especializada em soluções de gestão de vendas para o mercado de food service e franquias.

Os dados se tornaram a pedra angular para a sobrevivência das empresas num mundo hiperconectado. Alimentada por diversas de fontes de informações e inputs, a análise de dados avançada está transformando todos os setores, dos serviços de saúde ao mercado financeiro. Com algumas exceções, porém, as grandes redes de restaurantes têm sido mais lentas na adoção desta tecnologia — o que é paradoxal, considerando o volume de dados que possuem e a variedade de maneiras que podem ser usados a seu favor.

Como a alta liderança no setor de food service vem se preparando para lidar com inovação e novas tecnologias? Em mais de 20 anos de atuação neste mercado, ainda vejo muitas redes de restaurantes e franquias alimentícias que continuam trabalhando seus dados em planilhas simples e sistemas de inteligência de negócios obsoletos, sem usufruir de todos os benefícios da integração dos dados e da percepção analítica.

O fato é que muitas empresas do ecossistema de food service, sobretudo as grandes redes franqueadoras do setor alimentício, já estão prontas para adotar a estratégia data driven em todos os seus processos e tomadas de decisão. Estas estratégias podem envolver desde precificação, alterações no cardápio, ações promocionais e de destaque de produtos até a abertura de novos pontos de venda a partir de insights de localização, enriquecendo a análise de dados com uma compreensão mais profunda de clientes e locais. Impulsionada por análise de dados em tempo real e aprimorada por inteligência artificial e machine learning, este tipo de solução baseada em nuvem permite que os restaurantes otimizem a previsão de demanda, merchandising, estoque, compliance e sustentabilidade em suas operações, melhorando as margens e oferecendo uma melhor experiência para seus clientes.

Ao receber alertas de variações de preços de insumos, o gestor consegue ter previsibilidade e melhorar o controle de seu estoque, além de desenvolver campanhas específicas para cada tipo de prato, por exemplo, de acordo com cada horário, dia ou data especial. Outro recurso em alta é a precificação dinâmica, que ocorre quando o preço dos produtos flutua de acordo com as mudanças na demanda.

Campanhas mais efetivas

Ao mesmo tempo, é fundamental que as marcas de food service tracem uma estratégia data driven que também contemple uma comunicação mais efetiva com seus clientes finais, não apenas para conhecer suas preferências, mas até mesmo para se antecipar aos pedidos. Aplicativo preferido dos brasileiros, o WhatsApp é, certamente, a melhor forma de impactá-los, desde que todas as regras de proteção dos dados e privacidade dos consumidores sejam respeitadas. Informações disponibilizadas publicamente pelos clientes em suas redes sociais também podem ser usadas neste cruzamento de dados para traçar os perfis de consumo.

Conhecer o cliente e entender seus comportamentos e preferências faz grande diferença no faturamento. Há poucos dias, na edição desde ano NRF Retail’s Big Show, principal feira do setor varejista do mundo, entre o hype gerado pelos potenciais disruptores tecnológicos e sinais de preocupação com a economia instável, um dos destaques ficou por conta das discussões em torno das tendências do varejo em 2023. De acordo com a consultoria NielsenIQ, um dos pilares para o sucesso no varejo é “conhecer o seu consumidor, mesmo quando ele está fora das quatro paredes da sua empresa ou site”. Isto mostra o quão importante são os dados, um dos maiores ativos para os empreendedores e gestores.