Criptomoedas e outras moedas digitais estão se tornando parte da consciência popular e têm tudo para crescer, especialmente nos mercados emergentes — o que, muito possível, terá amplas implicações nos pagamentos, nas finanças e no comércio. O novo estudo global da Visa intitulado “The Crypto Phenomenon: Consumer Attitudes & Usage” (O fenômeno cripto: atitudes e usos do consumidor, em tradução livre), realizado em parceria com a LRW, revela que praticamente quase todos os brasileiros pesquisados (97%) conhecem as criptomoedas e que cerca de um terço dos pesquisados estão diretamente engajados com as mesmas, seja como meio de investimento (proprietários passivos) ou para fazer transações comerciais e enviar/receber dinheiro (proprietários ativos). O estudo também concluiu que há quase duas vezes mais proprietários ativos do que passivos, e que os dois grupos são compostos principalmente por homens da geração millennial.
Embora a adoção de criptomoedas ainda esteja nos estágios iniciais, ela é significativa e está em franco crescimento no Brasil. Os resultados mostram que, de todos os países que participaram da pesquisa, o Brasil é o mercado mais preparado para crescer, contando com o maior percentual de adultos curiosos (29%), ou seja, indivíduos que veem as criptomoedas com bons olhos e estão prestes a entrar nesse mercado. Além disso, os consumidores engajados estão altamente interessados em comprar ainda mais criptomoedas para fins de investimento nos próximos 12 meses e acreditam que elas serão amplamente usadas para comprar produtos e enviar dinheiro nos próximos 5 a 10 anos.
“Esses resultados sugerem que as criptomoedas estão deixando de ser um ativo de nicho voltado a uma pequena comunidade de investidores e chegando ao mercado geral, ficando cada vez mais acessível ao público e a novos adotantes no Brasil”, afirma Romina Seltzer, head de Soluções para a Visa América Latina e Caribe. “As criptomoedas representam uma mudança tecnológica no que tange à movimentação de dinheiro e à propriedade de ativos digitais. Conforme os consumidores forem mudando sua forma de investir, escolhendo seu banco e vendo o futuro do dinheiro de novas formas, todas as instituições financeiras precisarão ter uma estratégia para criptomoedas.
Apresentamos uma novidade da Visa: Crypto Advisory Services
A pesquisa é divulgada no momento em que a Visa anuncia o lançamento de uma nova prática chamada Global Crypto Advisory Practice, oferecida por Visa Consulting & Analytics (VCA) para ajudar parceiros e clientes do Brasil e do mundo a navegarem melhor nessa nova era de movimentação de dinheiro. Por meio de um trabalho com mais de 60 plataformas de criptomoedas, a rede global de consultores e especialistas em produtos da Visa reúne conhecimentos profundos que ajudarão as instituições financeiras a avaliar a oportunidade cripto, desenvolver estratégias concretas e testar novas experiências de usuário e inovações, como programas de recompensas em criptomoedas e carteiras de CBDC integradas para consumidores.
“Vimos uma mudança significativa na mentalidade dos nossos clientes no último ano — se antes havia um desejo de explorar e testar as criptomoedas, hoje se quer criar uma estratégia e um roadmap de produto”, comenta Carl Rutstein, head global da Visa Consulting & Analytics.
O que está motivando o engajamento com as criptomoedas?
O interesse dos clientes em criar soluções cripto vem em um momento em que a pesquisa da Visa também revela que os brasileiros pesquisados têm uma percepção amplamente positiva das criptomoedas. A maioria dos proprietários ativos e passivos (80% e 81% respectivamente), bem como os consumidores curiosos (77%), consideram as criptomoedas uma inovação nas finanças. A maioria também concorda que elas se tornarão algo comum em 10 anos e, em 5 anos, serão uma ferramenta útil para enviar dinheiro a amigos e familiares. Proprietários ativos também consideram mais vantajoso investir em criptomoedas do que em ações (71%) e, de modo geral, os consumidores engajados as veem como uma forma de construir um patrimônio e diversificar seus portfólios. Só 8% dos pesquisados disseram ter se informado sobre criptomoedas, mas não as veem com bons olhos.
A pesquisa concluiu também que os proprietários ativos e passivos de criptomoedas citam a instabilidade e o fato de não terem dinheiro suficiente como os principais impeditivos para serem mais ativos e engajados com a moeda, enquanto os pesquisados que não têm criptomoedas citam a falta de conhecimento (60%) e de fundos (51%), além do risco de instabilidade como as principais barreiras ao engajamento.
Entretanto, os brasileiros ativos e passivos que já têm criptomoedas são os que têm maior probabilidade de serem motivados a participar desse mercado, pois as consideram o meio financeiro do futuro (38% e 44%) e uma forma de construir um patrimônio (35% e 44%). Da mesma forma, os consumidores curiosos a respeito das criptomoedas são os com maior probabilidade de serem motivados, pois consideram as criptomoedas o futuro dos serviços financeiros e um meio de construir riqueza (44%).
Em alguns mercados pesquisados, os adultos mais ricos tendem a ser mais propensos a se engajar com as criptomoedas. A renda não é um fator universalmente preponderante, mas há tendências no Brasil em que o engajamento está correlacionado ao nível socioeconômico ou de renda. O engajamento com as criptomoedas também é inversamente proporcional à idade. Os consumidores mais engajados tendem a ser mais jovens, enquanto os desengajados ou menos engajados tendem a ser mais velhos.
O estudo também mostra que o Bitcoin é conhecido por praticamente todos os pesquisados brasileiros e cerca de um quarto das pessoas que conhecem as criptomoedas tem esse ativo. Entretanto, a maioria dos proprietários ativos e passivos têm interesse em stablecoins, visto que há uma forte preferência por essas moedas como meio de poupança, se comparado ao dinheiro. Além disso, os consumidores engajados estão altamente interessados em recompensas ou cartões que possibilitem o uso de criptomoedas.