Novo Centro de Inovação foca em demandas relacionadas à saúde

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SP 04.12.2018 – Lançamento do Centro de Inovação SESI Estilo de Vida e Saúde.foto: Helcio Nagamine

Com o desafio de fomentar e desenvolver pesquisa, inteligência e soluções para prevenção e intervenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) nos ambientes corporativos, o SESI-SP inaugurou nesta terça-feira, dia 4 de dezembro, o Centro de Inovação em Estilo de Vida e Saúde(CIS). O CIS desenvolverá soluções para as indústrias e seus colaboradores, relacionadas à mudança do comportamento, alimentação saudável e atividade física.

O objetivo é promover a saúde dos trabalhadores a partir do desenvolvimento de serviços, tecnologias, produtos e software baseados em comprovações científicas, dados, pesquisas e análise dos próprios ambientes de trabalho e padrões de interação social desses indivíduos. Neste sentido, as inovações geradas no centro buscam, principalmente, a mudança de hábitos e escolhas, estimulando a qualidade de vida e sua consequente reverberação na produtividade das indústrias, diminuindo afastamentos e melhorando o relacionamento corporativo.

As pesquisas e soluções serão realizados a partir de demandas reais das indústrias de todo o Brasil. O escopo nacional se deve ao fato do centro integrar a rede de outras oitos iniciativas criadas nos departamentos regionais do Paraná, Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. Cada um desses oitos Centros de Inovação espalhados pelo Brasil soma esforços ao da regional de São Paulo em áreas específicas e transversais do conhecimento, como a Ergonomia, Fatores Psicossociais, Higiene Ocupacional, Longevidade e Produtividade, Prevenção da Incapacidade, Sistemas de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho e Tecnologias para a Saúde.

A aproximação do SESI com a temática da inovação, incorporando esse processo disruptivo no escopo de trabalho que a entidade promove à sociedade, não inicia na criação dos centros. O SESI, em parceria com o SENAI e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), promove há alguns anos o Edital de Inovação. A proposta com o Centro de Inovação, no entanto, é incorporar mais essa ação dos projetos selecionados no edital, potencializando ambas as plataformas de inovação do SESI.

“Desde o edital de 2017, passamos a ter duas categorias específicas aos Centros de Inovação do SESI, para projetos de SST e Promoção da Saúde com empresas e startups. Os projetos são desenvolvidos em parceria com os Centros de Inovação conforme temática específica, deixando-os mais forte e em sinergia com o que está sendo desenvolvido dentro das linhas de pesquisa dos CIS. Queremos promover esse vínculo e abertura com as empresas” explica Marina Tavares Ribeiro, coordenadora do Centro de Inovação em Estilo de Vida e Saúde do SESI-SP.

Emmanuel Lacerda, gerente executivo da Unidade de Saúde e Segurança na Indústria do SESI Nacional, destaca a importância da criação de um espaço que tenha pleno contato com a empresa e suas demandas, mas que também saiba se relacionar com a academia, transformando a pesquisa e a geração de conhecimento em realmente uma inovação que será adotada pelo mercado. O gerente atenta ainda para a aplicabilidade, difusão e replicação das tecnologias e serviços gerados no centro para as indústrias do País. “Além do desenvolvimento, a gente acredita muito que temos que pensar em disseminação e aplicação, principalmente em escalabilidade. Não adianta inovar em algo piloto que vai ficar restrito a uma única empresa”, declara Lacerda.

Sobre a preocupação do SESI-SP com a saúde pública e controle de DCNTs, Eduardo Augusto Carreiro, gerente executivo de Esporte e Vida Saudável do SESI-SP, acredita que, primeiramente, é necessário voltar o olhar para o próprio ambiente de trabalho. “Passamos mais de um terço de nossas vidas dentro da empresa. Esse ambiente corporativo pode ser sim um ambiente de mudança estrutural. Quando a gente lança o desafio desse centro de inovação, temos que abraçar o problema e entender que ele já está instalado. Destacamos aqui a alimentação e a atividade física porque elas são passíveis de mudanças de comportamento”, alerta Carreiro.

Para dar uma prévia sobre os desafios que o centro deverá enfrentar, o lançamento teve a presença de nomes de peso relacionados à pesquisa de fatores de risco para o aparecimento de DCNTs, principal causadora de mortes em todo o mundo nas últimas duas décadas. Tiveram seu momento para exposição o Dr. Paulo Lotufo, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP e um dos responsáveis pelo projeto Elsa do Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto), Maria Edna de Melo, da Abeso-FMUSP, Douglas Andrade, professor da EACH-USP, e a nutricionista Fernanda Timerman. Os especialistas abordaram temas como obesidade, tabagismo, epidemiologia, alimentação saudável, consumo de álcool, estresse e sedentarismo.

O evento de inauguração contou ainda com o lançamento do livro Temas Avançados em Qualidade de Vida: Enfrentamento dos Fatores de Risco Para Doenças Crônicas no Brasil, uma publicação da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), organizada pelo Dr. Alberto José Niituma Ogata.