O especialista Marcelo Zuffo – membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade e coordenador do Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) – lidera grupo de cientistas que desenvolvem uma linha de pesquisa para tornar possível que cada indivíduo possa ter total propriedade sobre seus dados digitais, a chamada identidade autossoberana. O objetivo é garantir maior privacidade, segurança e controle no uso dos dados pessoais. “Com a autossoberania, as pessoas vão poder controlar quais dados podem ser compartilhados com terceiros”, afirma Zuffo.
Atualmente, as pessoas possuem uma identidade digital diferente em cada site, rede social ou aplicativos que utiliza. Esses sistemas de gerenciamento das identidades são propriedade das empresas que cuidam desses produtos. “Hoje o usuário não tem pleno controle de sua própria identidade digital devido a esta centralização. Um dos benefícios da identidade autossoberana é permitir a gestão de dados pessoais aos próprios indivíduos e não a terceiros, minimizando os riscos de uso indevido de dados e violação de privacidade”, explica.
As pesquisas para a identidade autossoberana utilizam tecnologia de ponta que permitem a descentralização dos dados. As informações são inseridas utilizando técnicas de criptografia de chave pública, criando cadeias de confiança a partir de credenciais verificáveis. “Estamos levando a vertente da pesquisa acadêmica sobre soberania para alguns usos práticos, principalmente na área da saúde e das cidades inteligentes.”