No Japão, turistas fazem pagamentos apenas mostrando o rosto

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Um projeto-piloto no balneário japonês de Shirahama, a 600 km da capital Tóquio, vai permitir que turistas façam pagamentos apenas mostrando o rosto nos estabelecimentos da localidade.

De acordo com Norihiko Ishiguro, vice-presidente sênior da NEC, que desenvolve a tecnologia de reconhecimento facial por trás da inovação, o objetivo inicial é integrar os estabelecimentos do aeroporto local, o resort Nanki Shirahama, o parque temático adjacente ao hotel, além dos restaurantes e lojas de souvenirs existentes do complexo. “Os consumidores desses estabelecimentos vão poder usufruir de uma série de serviços sem sacar o cartão de crédito”, explicou o executivo no NEC Visionary Week, showcase tecnológico da empresa japonesa. “Nossa plataforma de biometria permite que se façam pagamentos em todos esses locais utilizando apenas reconhecimento facial”.

Ishiguro disse ainda que, “num futuro próximo”, a tecnologia vai estar disponível nas demais lojas da cidade, barracas da orla e até nos táxis de Shirahama. “À medida que a tecnologia 5G avançar na região, teremos condições de proporcionar uma experiência de consumo realmente fluida”, afirmou.

O projeto integra os esforços da NEC para dar à tecnologia de reconhecimento facial novas aplicações. Se antes da pandemia um de seus usos mais importantes era na área de segurança aeroportuária, com a covid-19 ela passou a ser empregada com fins sanitários. O reconhecimento facial da empresa já é usado nos aeroportos do Hawaii (Estados Unidos), no de Narita (o maior do Japão a servir a capital Tóquio), de Frankfurt e Munique (Alemanha).

Nessas aplicações, o objetivo foi automatizar o embarque e desembarque de passageiros sem que eles tivessem de tirar máscaras, tocar superfícies, manipular cartões de embarque e ter contato com pessoas potencialmente expostas ao vírus.

As possibilidades, no entanto, agora incluem o uso da identidade biométrica para gerenciar o processamento de certificados de vacinação e testagem nos aeroportos da era covid-19 e como ferramenta de pagamento durante toda viagem. “Nossa solução de biometria sempre teve como princípio seu uso dentro e fora dos aeroportos”, explica Jeffrey Goh, CEO da Star Alliance, entidade que reúne 26 aéreas globais, que tem projetos de biometria nos aeroportos de Frankfurt e Munique.

O executivo ambiciona que todos os passageiros da Star Alliance utilizem a biometria facial para dispensar o processo de assinatura de contrato de aluguel de carros ou mesmo o check-in do hotel, mas com garantia de privacidade e autonomia. “Na nossa solução, o cliente decide quando e onde quer usar a identidade biométrica. Também armazenamos o mínimo possível de informação para limitar o dano em caso de vazamento, além de usar o que há de mais moderno em segurança”, diz Goh.