Na era da inovação, tecnologia disponibilizada pelas empresas é alvo de críticas dos colaboradores

Compartilhar

Ouvir os funcionários é uma das mais simples e efetivas atividades para que as empresas sejam mais humanas, saudáveis e que os ambientes de trabalho promovam a realização pessoal por meio do trabalho coletivo. Com base nisso, a plataforma Employer Branding Brasil desenvolveu a pesquisa Employee Experience Survey 2019 – O que descobrimos para avaliar os níveis de satisfação dos colaboradores. A pesquisa ouviu 539 pessoas, de 21 segmentos do mercado, que avaliaram 17 variáveis focadas em três ambientes: cultural, tecnológico e físico. O resultado apontou que o ambiente tecnológico foi o item com menos avaliações positivas, 38%. Por outro lado, o espaço físico foi o mais bem avaliado, com 54%, seguido pelo ambiente cultural, com 49% de positividade.

A tecnologia tem sido um grande desafio para as empresas e na pesquisa isso fica claro. Para 45% dos entrevistados, as empresas não têm ouvido ou atendido às necessidades dos colaboradores ao construir ou contratar uma tecnologia. O destaque positivo ficou na disponibilidade da tecnologia para todos os colaboradores, que alcançou 48%, segundo os entrevistados. Por outro lado, alguns segmentos estão aquém deste percentual, é o caso da área de bens de consumo, que alcançou apenas 13%, e químico, com 13%.

“Conhecendo a realidade no Brasil, fica claro que a tecnologia para o colaborador está distante daquela oferecida aos clientes das empresas. Ou seja, muitas vezes as companhias disponibilizam aos clientes o que há de mais moderno, como Inteligência Artificial, por exemplo, mas os funcionários ainda trabalham com equipamentos e softwares antigos ou ultrapassados”, explica Kiko Campos, CEO da Waggl, plataforma onde foi realizada a pesquisa feita em parceria com a Employer Branding Brasil.

Em relação aos outros ambientes avaliados, o grande destaque do físico está no orgulho de trazer um amigo ou visitante ao seu local de trabalho. Com a revolução dos coworkings, as organizações têm investido para melhorar os escritórios, tornando-os mais abertos, mais inteligentes e mais humanos. Destaque para os segmentos de tecnologia, serviços financeiros e bancos que alcançaram mais de 70% de positividade.

Mas, se por um lado as organizações estão criando mais opções de salas e estilos, por outro, ainda há dificuldade em oferecer maior flexibilidade de horários, além da opção de home office: 44% dos participantes demonstraram uma negativa percepção sobre este tema. O destaque negativo fica para a indústria, que obteve apenas 14% de positividade sobre este tema. Até o segmento de tecnologia teve um resultado menor de 58% de positividade.

Já o tema cultura vem sendo trabalhado há muitos anos com o propósito das empresas figurarem nos rankings de melhor local para se trabalhar. Recomendar uma vaga na empresa foi o melhor indicador, alcançando 60% de positividade e apenas 18% negativo. Destaque para os segmentos de tecnologia e energia que chegaram a superar 78%.

No entanto, a grande surpresa neste ambiente cultural foram os resultados relacionados à liderança: apenas 31% positivo contra 45% negativo. Ou seja, as pessoas não sentem seus líderes como mentores e treinadores. Por fim, a saúde física e mental também se destacou com apenas 35% positivo e 40% negativo. O pior resultado foi para o segmento de construção civil com apenas 8% positivo.

“A mensagem que fica é que parece que algumas missões das empresas precisam ser rapidamente revisitadas, como as questões relacionadas ao bem-estar físico e mental dos colaboradores, e a falta de preparo das pessoas para lideraram equipes”, complementa Caio Infante, diretor Geral para a América Latina da agência global TMP Worldwide.