Por Marcos Razón, Diretor e Gerente Geral América Latina da HP Inc.
A luta para diminuir a desigualdade de gênero no mercado de trabalho é responsabilidade de todos. Graças às ações e programas implementados nos últimos 10 anos, fica claro que este é um assunto de vital importância também no mundo das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs).
Além de falarmos sobre as questões recorrentes que precisam ser abordadas, como diminuir a desigualdade salarial entre os gêneros, incluir mais mulheres nos locais de trabalho ou incentivar o talento feminino nas carreiras de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) desde cedo, é extremamente importante destacar como os resultados dessas boas práticas influenciam diretamente o futuro da indústria.
De acordo com um estudo realizado pela consultoria global Cloverpop, equipes que incluem mulheres e homens de diferentes idades e origens tendem a tomar melhores decisões de negócios em 87% das vezes, em comparação com equipes compostas apenas por homens. E, como se não bastasse, a liderança feminina tende a fazer com que os resultados dos tomadores de decisões melhorem 60%.
O setor das TICs tem se destacado como um dos que mais necessita da redução da desigualdade de gênero. Segundo dados da Deloitte, até o final de 2022, a representatividade feminina na indústria global de tecnologia deverá ser de 33%, um aumento de 3% em relação ao final de 2019. Outro sinal significativo do crescimento das mulheres dentro do setor se reflete na forma como algumas das maiores empresas de tecnologia relataram um aumento de 238% na participação de talentos femininos entre seus colaboradores.
Esses dados refletem um crescimento lento, mas estável, o que mostra que, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido, há uma transformação no setor que está influenciando a perspectiva e a participação das mulheres nas TICs para o futuro.
Na América Latina, testemunhamos como, pouco a pouco, as mulheres estão se somando não apenas à força de trabalho dentro das empresas de tecnologia, mas também aos cargos de gestão. Segundo os números do estudo global da consultoria KPMG, 16% dos cargos gerenciais em nossa região são ocupados por mulheres, acima da média global de apenas 11%.
Sem dúvida, a inserção na indústria de tecnologia é um passo fundamental para a evolução positiva do setor. Segundo o estudo da consultoria McKinsey, 77% dos empregos exigirão habilidades relacionadas à tecnologia até 2030, o que nos mostra que segmentar talentos é uma prática que deve ficar no passado.
Olhando para o futuro, um dos pontos essenciais que precisa ser abordado é, sem dúvida, eliminar os estereótipos que permeiam as mulheres no setor. Isso só acontecerá à medida que mais mulheres ingressem em todas as áreas da indústria e que tenhamos mais modelos de talento feminino para inspirar as novas gerações a ocupar seu lugar de direito.
Para que a participação feminina continue crescendo como os números têm mostrado, é preciso implementar e promover programas que coloquem a atenção sobre elas. Somente com suas histórias e experiências é que a mensagem poderá alcançar e inspirar mais mulheres de todas as idades a ver a tecnologia como um modo de vida que poderá oferecer aspirações profissionais no futuro.
Demos apenas os primeiros passos para uma participação igualitária e inclusiva para o talento feminino. E tornar o cenário cada vez mais uniforme para que as desigualdades de gênero desapareçam é uma tarefa que devemos cumprir todos os dias.