Monitor do PIB aponta crescimento de 0,6% na atividade econômica em julho

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O Monitor do PIB-FGV aponta, na análise da série dessazonalizada, crescimento de 0,6% na atividade econômica em julho, em comparação a junho e crescimento de 0,3% no trimestre móvel findo em julho, em comparação ao findo em abril. Na comparação interanual a economia cresceu 6,6% em julho e 9,6% no trimestre móvel findo em julho.

“Em julho, primeiro mês do terceiro trimestre, a taxa de crescimento contra ao igual mês do ano anterior tem decrescido fortemente desde abril, quando foi observado o fundo do poço da recessão. Essas taxas de crescimento deverão continuar decrescentes, tendo em vista que a economia melhorou a partir de maio de 2020. Esses resultados estão influenciados pela recuperação de todas as atividades, exceto agropecuária, com destaque para o setor de outros serviços, em razão de maior percentual de pessoas vacinadas. O mesmo ocorre para os componentes da demanda, excetuando-se exportação, devido à forte desvalorização cambial”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

Neste relatório, foi realizado exercício adicional com relação a série com ajuste sazonal uma vez que a pandemia de Covid-19 exerceu influência nos fatores sazonais de 2020 que podem não estar realmente relacionados a sazonalidade.

Alguns institutos de estatística internacionais estão analisando esses impactos e, por esta razão, além do ajuste sazonal habitual que contempla o período de janeiro de 2000 a julho de 2021, foi realizado adicionalmente o ajuste sazonal para 2020 e 2021 considerando os fatores sazonais referentes a 2019 e o fator calendário corrente.

Os resultados mostram que, caso os fatores sazonais da série do PIB utilizados sejam aqueles do período de 2000 até 2019, a taxa de variação em julho de 2021 seria de 1,7%, superior à de 0,6% observada considerando todo o período de 2000 até julho de 2021. Esses resultados sugerem que as taxas ajustadas sazonalmente devem ser analisadas com cautela pois a pandemia pode ter influenciado os fatores sazonais não apenas por razões econômicas como também estatísticas.

ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA

A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi feita na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.

Consumo das famílias

O consumo das famílias cresceu 9,5% no trimestre móvel findo em julho em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento de serviços (10,3%). Na série com ajuste sazonal o consumo das famílias cresceu 2,1% no trimestre móvel findo em julho, em comparação ao findo em abril.

Formação bruta de capital fixo

A FBCF cresceu 23,5% no trimestre móvel findo em julho em comparação ao mesmo período do ano passado. Conforme apontado no Gráfico 4 do Press Release, todos os componentes mantêm trajetória de crescimento. No entanto, na análise da série dessazonalizada a formação bruta de capital fixo apresentou retração (3,9%) no trimestre móvel findo em julho, em comparação ao findo em abril.

Exportação

A exportação apresentou crescimento de 3,8% no trimestre móvel findo em julho, em comparação ao mesmo período do ano passado. Conforme apontado no Gráfico 5 do Press Release, apenas os componentes da agropecuária e da extrativa mineral não apresentaram crescimento. Cabe destacar que o componente de serviços apresentou crescimento (25,1%) pelo quarto mês consecutivo.

Importação

A importação apresentou crescimento significativo de 32,1% no trimestre móvel findo em julho, em comparação ao mesmo período do ano passado. Conforme apontado no Gráfico 6 do Press Release, todos os componentes da importação apresentaram crescimento. O destaque fica para bens intermediários com crescimento de 43% influenciado pela demanda da indústria.

MONITOR DO PIB-FGV EM VALORES

Em termos monetários, estima-se que o PIB no acumulado do ano até julho de 2021, em valores correntes, foi de 4 trilhões, 946 bilhões e 291 milhões de reais.

TAXA DE INVESTIMENTO

O Gráfico 7 do Press Release destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a de cima mostra a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2000 (18,0%); a de baixo, a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 (16,0%). Observa-se que a taxa de investimento em julho de 2021 foi de 17,4%, na série a valores correntes. Este resultado apresenta uma taxa de investimento abaixo da taxa de investimento média mensal considerando o período desde 2000.