Mobile commerce ganha musculatura

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Uma nova pesquisa do PayPal e da Ipsos* demonstra que o comércio via dispositivos móveis (o chamado mobile commerce) cresce perto de três vezes mais que a média de crescimento do e-commerce global tradicional. De 2013 a 2016, a média composta do crescimento do mobile commerce em de vários países está projetada em 42%, ante os 13% projetados para o e-commerce em geral. A pesquisa que investigou os hábitos de compras mobile de 17,5 mil consumidores em 22 países, incluindo o Brasil, também aponta alguns insights sobre o comportamento das compras mobile, barreiras e mercados em expansão.

“Estamos entrando no início do boom da era mobile,” afirmou Anuj Nayar, diretor sênior de Iniciativas Globais do PayPal. “No PayPal, em todo o mundo, vimos o crescimento do nosso mobile sair de menos de 1% do volume de pagamentos em 2010 para mais de 20% em 2014”.

“Isso também se reflete no Brasil, onde a média estimada de crescimento de 2013 a 2016 do mobile commerce é de 46%. O dado contrasta com a média de crescimento de compras no e-commerce de brasileiros no mesmo período prevista em 17%”, afirma Mário Mello, diretor geral do PayPal para a América Latina.

Um futuro brilhante para o m-commerce

Por enquanto, o mobile commerce é relativamente pequeno se olharmos para o percentual que ocupa frente ao total dos gastos globais em e-commerce. De acordo com a pesquisa, os smartphones respondem por 9% dos gastos online feitos por dispositivos móveis, enquanto os tablets são responsáveis por 5% das compras feitas online. Ambos são ultrapassados pelos laptops, desktops e notebooks, os quais cumulativamente somam 85% do que é gasto online.

Ainda que os valores gastos sejam baixos, a prevalência das compras feitas por dispositivos é significativa. Mas de um quarto (28%) dos consumidores online afirmaram ter comprado algo por meio de um smartphone nos últimos 12 meses e 20% informa que o fizeram via tablet. O surgimento do comércio em smartphones está sendo liderado por jovens adultos. A média global de 59% dos compradores de smartphones são pessoas que têm de 18 a 34 anos versus 44% do restante dos compradores online.

Já, no Brasil, a incidência de brasileiros que compraram online via dispositivos móveis é ligeiramente maior do que a média dos 22 países: 34% ante os 33% registrados pelo grupo de países que fizeram parte do estudo. E, entre os brasileiros, 61% dos que compram via mobile têm entre 18 e 34 anos; já, quando a amostra compreende todos os consumidores online brasileiros entrevistados, 54% estão na mesma faixa etária.

China, Turquia e Emirados Árabes dominam as compras por smartphone

China, Turquia e Emirados Árabes dominam as compras por smartphone. Os consumidores dos Emirados atribuem 24% dos seus gastos online a compras feitas por meio de smartphones; consumidores chineses estão logo atrás, com 21%, enquanto os turcos ficam em terceiro lugar, com 19%. Os três grupos também lideram no que diz respeito à densidade das compras por smartphone. Na China, mais de dois terços (68%) dos consumidores online já usaram o smartphone para fazer uma compra nos últimos doze meses. Mais da metade (57% e 53% respectivamente) dos consumidores dos Emirados e da Turquia também o fizeram.

Os consumidores que usam smartphones optam por Apps

Ao redor do mundo, 64% dos adeptos do mobile commerce compraram por meio de um app (aplicativo de celular) enquanto 52% o fizeram por meio de um browser (navegador de internet). Entre aqueles que usaram as duas plataformas, os apps são preferidos tipicamente em função de sua rapidez e conveniência. Outros fatores que contribuem para o uso de apps, em cada país, incluem: “a confirmação instantânea do pagamento”, no México; “avisos para ofertas/descontos/cupons”, na China; e “registro dos recibos digitais”, em Israel.

No Brasil, 46% dos consumidores que usam smartphones e que já compraram na internet nos últimos doze meses usando tanto browser quanto aplicativos, preferem comprar via apps. Enquanto 36% ainda optam por browsers; 18% não têm preferência. Já, quando os brasileiros que detêm smartphones e tablets são perguntados sobre os benefícios do uso de aplicativos para realizar compras, 43% alegam que os aplicativos oferecem maior conveniência; 35% avaliam que os apps são um meio de pagamento rápido.

Pesquisa de produto hoje

Atualmente, a atividade mais citada pelos compradores de smartphones em todo o mundo é a busca por produtos: “a busca pela informação do produto dá-se no meu smartphone” (36% selecionaram), “uso o meu smartphone para ajudar a localizar informação sobre lojas e estabelecimentos” (27%), e “leio comentários e resenhas de consumidores em meu smartphone” (25%).

Contudo, quando o conjunto dos entrevistados nos 22 países foi indagado como gostaria de usar smartphones no futuro, as primeiras respostas foram relacionadas a funcionalidades nascentes, incluindo opções de pagamentos. 16% selecionaram “passar o meu smartphone pela caixa registradora para pagar (a exemplo do NFC)” e 15% citaram “fazer pedidos antecipados (por exemplo, comida ou um café) por meio de um app ou um browser no meu smartphone”.

No Brasil, a busca online por informação de produtos também é a principal atividade dos consumidores ao smartphone, sendo apontada por 38% (*) dos entrevistados que têm um smartphone, mas que ainda não utilizam o dispositivo para comprar online. Em segundo lugar, 30% dos brasileiros que detêm um smartphone fizeram buscas por estabelecimentos ou negócios e o mesmo tanto leram, nos últimos doze meses, as opiniões e referências de outros consumidores em seus smartphones.

Barreiras para o mobile commerce

A principal barreira para um crescimento maior do mobile commerce no mundo é o fato de que os consumidores ainda não se deram conta das vantagens de comprar por meio de seus dispositivos em uma escala maior.

Entre aqueles que não usam smartphones ainda para comprar, as principais barreiras citadas são: “prefiro comprar online a partir de outro dispositivo (laptop ou um desktop)” (39%), “a tela é muito pequena” (34%), e “prefiro acessar a internet por meio de outros equipamentos” (28%).

Aqueles que efetivamente compram via smartphones declaram motivos ligeiramente diferentes para não o fazer com maior regularidade: “a tela é muito pequena” (34%), “prefiro comprar online de outro dispositivo (laptop, desktop)” (27%), e “preocupo-me com a segurança online de compras feitas a partir de dispositivos móveis” (21%).

No Brasil, a principal barreira para a compra por meio de um smartphone – para quem não utiliza este dispositivo -, citado por 38% dos que têm um smartphone, mas que ainda não o utilizam para comprar online, é o fato de o consumidor ainda preferir outros equipamentos na compra online, a exemplo dos laptops e desktops. Já, no caso de quem já usou o seu smartphone nas compras nos últimos doze meses, o maior obstáculo citado por 31% dos casos, é o tamanho da tela.

“Com o advento de telefones celulares de baixo custo, telas maiores em celulares e melhorias na segurança dos dispositivos móveis, as barreiras do mobile commerce deverão decrescer”, acrescentou Nayar. “Essas melhorias, combinadas às opções de pagamento digital do estado da arte como o PayPal OneTouch ficará mais fácil, seguro e intuitivo para os clientes pagarem com seus telefones móveis.”

(*) A pedido do PayPal, o Ipsos entrevistou uma amostra representativa de 800 adultos no país (de um total de 17.519 em todo o mundo – com idade de 18 anos ou mais) que possuem e/ou usam um dispositivo habilitado para usar a internet* em cada um dos 22 países (Reino Unido, França, Alemanha, Áustria, Suíça, Itália, Espanha, Holanda, Suécia, Noruega, Dinamarca, Polônia, Turquia, Rússia, Israel, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Canadá, Brasil, México, China e Austrália). As entrevistas foram conduzidas online entre 9 de setembro e 3 de novembro de 2014. No Brasil, os trabalhos de campo foram conduzidos entre 23 de setembro e 13 de outubro em uma amostra de 800 pessoas. Os dados tiveram o seu peso calculado para representar a incidência de compradores online em todos os países, e o perfil demográfico dos usuários de internet em sete países. (*) Computador desktop, laptop, notebook, tablet, smartphone, alguns outros tipos de telefones móveis: organizador eletrônico/PDA wireless com funções de voz e funcionalidades de dados/ games com consoles com conectividade à internet (a exemplo do Wii).

(**) Os números globais citados aqui são uma média global dos 22 países pesquisados; nesse caso não houve foi calculado o peso para representar o tamanho das respectivas populações.