Mais equilíbrio entre vida profissional e pessoal, é o que buscam 81% dos trabalhadores no Brasil, aponta estudo da Randstad

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Com mais de 27 mil pessoas de 34 países entrevistadas em seu mais recente estudo Workmonitor, a Randstad descobriu que trabalhadores de todo o mundo estão mais esclarecidos sobre o que querem de sua vida profissional. O fenômeno, que foi intitulado pela consultoria de RH de ‘great enlightenment’ – “a grande iluminação” em tradução livre – é marcado por dados que reforçam esse ‘despertar’ e movimento que deve ser percebido pelo mercado de trabalho, como: 87% das pessoas ouvidas no Brasil têm muita clareza sobre seus objetivos profissionais, superando o índice global de 72%. A mudança de emprego é um fato para 81% desses trabalhadores brasileiros, que estão determinados a achar uma oportunidade que lhes traga mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional. O índice é maior que o global, que ficou em 67%.

“A pandemia trouxe momentos de muita incerteza. As preocupações alteraram perspectivas e desejos, fazendo com que muitos repensassem suas vidas para além de objetivos profissionais mais claros, ansiando por ambientes mais flexíveis e equilibrados. Se não encontram um trabalho com o formato desejado, começam a se movimentar. E notamos que essa tendência veio para ficar, pelo menos nos próximos anos, no qual a força trabalhadora se sente mais empoderada e está mais esclarecida sobre o que quer. Sentem-se mais positivos para buscar por oportunidades que os satisfaçam de forma mais ampla”, afirma Fabio Battaglia, CEO da Randstad no Brasil.

A flexibilidade é um ponto importante para a força trabalhadora neste período pós-pandêmico. Segundo o Workmonitor, estudo semestral da Randstad, 92% dos trabalhadores brasileiros anseiam por formatos de trabalho e carreiras mais flexíveis para acomodar outras atividades ao longo do dia, enquanto que a média global ficou pouco acima de três terços (76%).

Certamente o estresse causado pelo trabalho após dois anos de isolamento social, com uma divisão nebulosa entre atividades pessoais e profissionais dentro de casa, com horas de trabalho menos definidas, trouxeram um impacto importante nas decisões profissionais. O estudo mostra que 58% dos brasileiros entrevistados dizem estar mais estressados desde que a pandemia começou, enquanto a média global ficou em 49%, deixando claro que é preciso mudar aspectos nas suas carreiras para diminuir essa condição de estresse de agora em diante.

Além disso, trabalhadores de todas as idades, gêneros e dos mais variados graus de educação, querem ser melhor remunerados e desenvolvidos: 95% dos brasileiros afirmam saber que é necessário continuar aprendendo para que continuem relevantes em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, enquanto que essa tendência é destaque para 80% dos entrevistados globalmente. Por outro lado, há também quem sinta que seus salários estejam aquém de suas competências e, por isso, estão à procura de novas oportunidades – 54% no mundo e 55% no Brasil.

A pesquisa descobriu ainda que dois terços da população ouvida ao redor do mundo, 60%, não foram promovidas no último ano. No Brasil, a taxa é parecida, de 56%. E segue essa tendência também em relação aos que tiveram uma elevação de cargo, mas sem aumento salarial – Brasil 10,1% e Global 10,2%. Outro fator de destaque no estudo, foi a vontade de mudar de carreira. No Brasil, 64% estão empenhados em transformar sua vida profissional, superando a média global de 51%.

“É preciso que empresas olhem para as demandas por flexibilidade e desenvolvimento como uma forma de redesenhar o universo do trabalho. O estudo Workmonitor mostra que os trabalhadores sentem-se mais confiantes e determinados a buscar por empresas que reconheçam suas habilidades e os remunerem de acordo. Ainda há aqueles que pretendem dar passos mais ousados, como a mudança de carreira, inspirados muitas vezes por outros colegas. É preciso construir um modelo que preza pelo equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Assim, é possível manter talentos mais engajados e resilientes para desenhar o futuro das companhias das quais queremos fazer parte”, finaliza Battaglia.