A edição 2023 do estudo Marca Empregadora da Randstad, que ouviu mais de 163 mil pessoas em 32 países, mostra que a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional é o principal motivo para as pessoas deixarem ou considerarem sair de seus empregos globalmente (39%). A questão ainda é mais latente na América Latina (44%), seguido pela América do Norte e Região Ásia-Pacífico (39%), e Europa (36%). No Brasil, mais de um terço dos profissionais (37%) afirmaram que trocariam ou teriam intenção de mudar de emprego para melhorar o equilíbrio em suas vidas. Somente nos últimos 6 meses, 14% dos profissionais brasileiros deixaram seu empregador. O estudo mostra ainda que a remuneração muito baixa devido ao aumento do custo de vida (35%) e falta de oportunidades de crescimento profissional (32%) são outros aspectos para a procura por novas oportunidades.
Diogo Forghieri, diretor de Negócios da Randstad Brasil, aponta que a mudança no país é mais comum entre os jovens: “A tendência job hopping – que se refere principalmente aos profissionais que mudam de emprego com frequência e voluntariamente, cresce exponencialmente e tem sido mais comum entre os jovens brasileiros. No estudo ‘Marca empregadora’ que acabamos de lançar, vemos que os mais jovens são os que mais mudam de emprego – sendo 18% na faixa etária entre 18 e 24 anos. Quando olhamos a intenção, o índice é ainda maior, 36%”.
Trabalho remoto
O estudo global da Randstad ainda aponta que as empresas alteraram seu modelo de trabalho em direção a modelos menos flexíveis no último ano – contrário ao que preferem os profissionais. Em 2021, 33% trabalhavam integralmente de forma remota, número que caiu para 16% em 2023. O trabalho híbrido também caiu de 29% para 23%, enquanto o presencial aumentou de 17% para 34%.
“O trabalho remoto, seja em regime parcial ou integral, é um fator significativo que influencia a percepção dos colaboradores sobre o apoio de seu empregador ao equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. As empresas que optam por um modelo menos flexível tendem a ter queda no engajamento, o que pode resultar em buscas por oportunidades que tenham mais aderência a seus perfis. Para evitar perder talentos para o mercado, algo crítico num cenário de escassez de talentos qualificados como o que vivemos, as companhias devem manter-se continuamente atentas às necessidades e demandas de sua força de trabalho, de forma a ajustar a proposta de valor ao colaborador e, consequentemente fortalecer sua Marca Empregadora”, complementa Diogo.
Elaborado há mais de 22 anos, o estudo Marca Empregadora mapeia 32 países e conversa com mais de 163 mil pessoas de 6.022 empresas em todo o mundo, coletando informações e insights valiosos para ajudar os empregadores a moldar sua marca empregadora e, consequentemente, ampliar seus negócios. Sua amostra é composta por estudantes, força de trabalho empregada e desempregada, com idades que variam entre 18 e 64 anos e com pessoas de diferentes gêneros. No Brasil, a pesquisa foi realizada de forma online, em janeiro de 2023, com mais de 4 mil pessoas.