O endividamento pessoal é uma preocupação para a maior parte dos brasileiros, mas a expectativa da maioria é que essa situação melhore ao longo de 2023. Essa é uma das conclusões da última pesquisa RADAR Febraban/Pesquisa Febraban-Ipespe, divulgada neste início de março.
Segundo a pesquisa, mais da metade da população (53%) possui alguma dívida, sendo que 56% são mulheres; 59% dos endividados está na faixa de 25 a 44 anos; 58% entre os que possuem fundamental; e 57% entre os que têm renda até dois salários mínimos.
A maioria (53%) dos que possuem dívidas acredita que em 2023 estará menos endividada que em 2022, enquanto somente 15% responderam que estariam mais endividados este ano do que no ano passado.
A disposição para participar de algum programa de refinanciamento chega a 67%.
A pesquisa também investigou a opinião do brasileiro em relação ao crédito e à taxa de juros, aspectos primordiais para o controle do endividamento. A sensação de aumento de acesso ao crédito era de 40% e baixou um ponto, ficando agora em 39%. Também diminuiu a sensação de aumento do poder de compra, caindo de 36% em dezembro para 35%.
Mais da metade da população (51%) acha que os juros vão aumentar. A percepção de que os juros estavam diminuindo caiu de 25% para 21%.
Especificamente sobre a inflação e preço dos produtos, a percepção de aumento, que atingiu seu percentual máximo em junho de 2022 (93%), caiu para 79% em dezembro e registra agora 64%.
Para 76% dos entrevistados, a inflação sobre o consumo de alimentos e outros produtos do abastecimento doméstico são as mais perceptíveis, seguida do preço dos dos combustíveis (30%).
A pesquisa foi realizada em fevereiro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do país.A atual edição do RADAR Febraban mapeia as expectativas iniciais dos brasileiros sobre este ano, tanto em relação à vida pessoal, quanto em relação à política e à economia do país.
“Primeira realizada após a posse do novo governo, esta onda do RADAR acontece em meio aos desdobramentos do 08 de janeiro, aos debates acerca da política fiscal e monetária e às perspectivas quanto à retomada do crescimento econômico, da geração de empregos e expectativas de arrefecimento da inflação”, diz o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.