Entre as que relatam ter tais ações, 43% ainda estão em fase inicial, aponta pesquisa da Catho
A Catho, plataforma gratuita de empregos, divulgou a nova edição da Pesquisa Mulheres 2025, que busca compreender o cenário das mulheres no mercado de trabalho e conscientizar empresas e profissionais sobre o tema. O levantamento revelou que 57% das companhias ainda não possuem iniciativas para aumentar a contratação feminina. Entre aquelas que afirmam contar com ações nesse sentido, 43% estão em fase inicial, limitando-se a processos de recrutamento mais direcionados e vagas exclusivas.
Para Christiana Mello, diretora da unidade de recrutadores da Catho, os dados são preocupantes: “Estamos diante de um grande desafio para as mulheres no mercado de trabalho. O fato de a maioria das organizações ainda não contar com iniciativas para a contratação feminina, e muitas estarem apenas no estágio inicial, demonstra que a inclusão de mulheres avança a passos lentos. Esses números reforçam a necessidade de políticas mais eficazes e de um compromisso real por parte das empresas para transformar essa realidade”.
Quando se trata do desenvolvimento das mulheres dentro das organizações, 47% dos entrevistados afirmam que há incentivos voltados para esse público, enquanto 29% não percebem essas iniciativas na prática. No entanto, em comparação com a edição de 2024 do estudo, a representatividade dos que relataram a existência de incentivos subiu de 30% para 47%, enquanto o percentual dos que não enxergavam ações concretas caiu de 47% para 29%.
“Embora a evolução em relação ao ano anterior seja significativa, ainda há um longo caminho a percorrer. A participação do público feminino no mercado de trabalho não deve ser tratada como uma tendência, mas sim como um compromisso contínuo das empresas para garantir ambientes mais inclusivos e oportunidades reais para as mulheres”, ressalta Christiana.
Benefícios, liderança e ambiente seguro
A pesquisa também revelou que 24% dos entrevistados não sabem informar ou afirmam que não existem benefícios voltados às necessidades das mulheres no ambiente de trabalho. Entre os benefícios mencionados, o horário flexível foi o mais representativo, citado por 18% dos participantes.

No número total de público feminino nas organizações, 44% dos pesquisados disseram que as mulheres representam mais da metade do quadro de funcionários. No entanto, 52% relataram que as mulheres ocupam, no máximo, um terço das posições de liderança, enquanto 26% afirmaram que as líderes representam mais da metade do quadro de funcionários. O número traz à tona a escassez da profissional feminina em altos cargos das empresas, mesmo quando estão presentes na maioria das funções.
A pesquisa da Catho também identificou que 23,6% das empresas possuem políticas claras e amplamente divulgadas contra assédio e discriminação, enquanto 20,3% realizam treinamentos regulares sobre respeito e ética no ambiente de trabalho. Além disso, 44% das empresas contam com um canal de denúncia ativo, um aumento de três pontos percentuais em relação à edição de 2024, que representava 41%.
“O ponto-chave é ir além do discurso e adotar, de fato, ações efetivas em processos de recrutamento mais inclusivos e políticas estruturadas de desenvolvimento e retenção de talentos. Programas de mentoria, treinamentos e a promoção de uma cultura inclusiva são fundamentais para essa evolução. Investir em oportunidades para mulheres é uma questão de justiça social e fator estratégico para a inovação e o crescimento sustentável no mercado”, conclui Mello.
- Mais da metade das empresas não possuem iniciativas para aumentar a contratação de mulheres
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