Maioria das empresas brasileiras se sente insegura em transações pela internet

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Dados preliminares de uma pesquisa com empresas brasileiras, realizada pela Alvarez & Marsal, consultoria global especializada em recuperação, gestão interina, melhoria de desempenho e cibersegurança, mostram que para 66% dos entrevistados, o caso NSA/Snowden, que revelou espionagem dos Estados Unidos ao governo brasileiro, tem impactado o nível de segurança das organizações em transações pela internet.

Na avaliação do sócio da Alvarez & Marsal, William Beer, a segurança da informação é um dos principais riscos enfrentados por corporações de todos os portes, sendo que a maioria das empresas brasileiras carece de uma estratégia focada em cibersegurança.

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizada em 2012 aponta que o Brasil possui 83 milhões de pessoas conectadas à internet, um aumento de 6,8% em relação a 2011 (77,7 milhões). Ou seja, o acesso à rede cresce a cada ano, enquanto o debate sobre segurança da informação ainda enfrenta alguma resistência dentro das corporações nacionais.

Nesse cenário, a Alvarez & Marsal propõe uma abordagem inteligente sobre o investimento na segurança da informação. Beer destaca a importância da participação dos CEOs e COOs nesse processo, assim como a maioria dos entrevistados (52%), que consideram a cibersegurança como preocupação prioritária dos líderes empresariais.

“A internet e a maneira como é utilizada estão mudando, assim como a abordagem à cibersegurança também precisa mudar. Este é um movimento que foi observado há alguns anos em outros países e é uma oportunidade para que os executivos mudem a postura da organização em relação ao tema e se envolvam cada vez, entendendo não apenas dos riscos do negócio, mas também dos riscos de tecnologia”, afirma o executivo.

Mas como fazer com que os CEOs e COOs participem ativamente do processo de cibersegurança da empresa? Beer alerta para o cargo de Chief Information Security Officer (CISO), profissional responsável por intermediar assuntos relacionados à TI e negócios. “O CISO deve entender a linguagem e os desafios de ambas as áreas e utilizar o seu conhecimento para dar suporte ao diretor executivo da empresa”.

A pesquisa ainda relevou que 74% das organizações brasileiras afirmam que o aumento do orçamento irá reduzir o seu nível de risco em segurança da informação. No entanto, 60% delas acreditam não ter os recursos necessários para se proteger e para responder a um ataque. “Uma vez que a base de uma política eficaz em cibersegurança é realizada corretamente, a organização tem a oportunidade de avaliar as melhorias, que podem ser atingidas a partir de um novo investimento adicional”, comenta o diretor da Alvarez & Marsal. A pesquisa completa e os resultados globais serão lançados no início de 2014.