Durante a pandemia, 76% das empresas tiveram que cortar custos para sobreviver. Agora, 90% dos líderes C-level afirmam que quem deseja estar à altura das disrupções contínuas precisa encarar os custos de forma totalmente diferente e transformar seu negócio. Ao mesmo tempo, esses executivos descobriram novas formas de crescer e gerar valor. É o que revela o mais recente estudo da Accenture.
O relatório Zero-Based Transformation: The Big Reset é baseado em uma pesquisa global com 2.000 executivos C-level atuando em 15 setores e revela a urgência de deixar para trás os esforços tradicionais para redução de custos. Os executivos admitem que as transformações de custos atuais e futuras de suas empresas precisam estar interconectadas às prioridades estratégicas, como crescimento, sustentabilidade e inovação, e centradas na construção de novos recursos habilitados pela tecnologia.
Segundo o levantamento, 92% dos executivos entrevistados afirmam que essas transformações já não são motivadas apenas por aspectos financeiras. Hoje em dia, é preciso levar em conta o impacto na sustentabilidade e no propósito das empresas. A prioridade, agora, é o crescimento lucrativo e responsável. Na hora de redefinir seus negócios, os líderes não querem mais se concentrar em uma ou duas áreas, como faziam no passado. Hoje, a prioridade é adotar uma abordagem holística, que contemple o negócio como um todo. Praticamente todos os executivos entrevistados (96%) disseram que seus planos de transformação de custos incluem todas ou a maioria das áreas de suas empresas.
“À medida que as empresas saem do modo de sobrevivência e correm para transformar todos os aspectos da organização, os líderes perceberam que os custos não podem ficar limitados a um exercício anual de orçamento”, afirma Robert Willems, líder global para Zero-Based Transformation na Accenture Strategy. “Uma abordagem zero-based ancorada em tecnologia permite repensar o negócio, redefinir as bases de custos e liberar fundos para prioridades estratégicas que impulsionem o crescimento, criem resiliência e atendam às necessidades dos stakeholders”.
O estudo também aborda o papel crítico da tecnologia nas transformações de custos bem-sucedidas. É ela que proporciona às empresas a visibilidade e uma visão detalhada dos custos fundamentais para gerenciar e recalibrar em tempo real, bem como planejar cenários futuros. Quase 70% dos executivos disseram que estão investindo em tecnologias como a IA, ferramentas digitais e segurança cibernética a fim de otimizar suas operações. Sem esses investimentos, 80% dos executivos acreditam que terão que lidar com desafios contínuos em seus esforços de transformação de custos.
De acordo com a Accenture, existem quatro aspectos-chave aos quais as empresas precisam se atentar para que as transformações de custos não repitam os fracassos do passado:
Visibilidade total e em tempo real com analytics avançada. A priorização de dados e analytics é fundamental para obter os insights necessários para uma tomada de decisão inteligente, rápida e precisa. As empresas que desejam usar todo o poder dos dados para monitoramento, correção de rota e controle contínuos, precisam investir nas ferramentas e tecnologias certas.
Comece do zero e redesenhe o negócio para alcançar crescimento e resiliência. Uma abordagem zero-based permite que as empresas considerem as compensações necessárias, analisem de forma holística os custos em toda a organização e alinhem os recursos às novas prioridades e capacidades de negócios.
Chame todos para a jornada. Uma das chaves para o sucesso na transformação de custos é o alinhamento estratégico de toda a empresa. Isso minimiza o conflito de prioridades e garante a transmissão de mensagens consistentes tanto interna quanto externamente. Na verdade, quase sete em cada 10 executivos concordam que a transformação de custos cria oportunidades para os funcionários crescerem em suas carreiras, com direito a novos recursos e propriedade.
Valorize a transformação. A transformação de custos não é mais uma intervenção única e pontual. Para torná-la uma atividade contínua, as empresas precisam dos recursos certos de governança, dados e insights a fim de gerenciar as transformações de custos e garantir benefícios duradouros.
“Estamos enfrentando uma verdadeira tempestade, com direito a inflação recorde, volatilidade global, desafios na cadeia de suprimentos, além de falta de mão de obra e de materiais. Os líderes de empresas sabem que precisam focar simultaneamente na resiliência, na criação de valor e na sustentabilidade para saírem ilesos dessa tempestade. Aqueles que repensarem a base de custo total e as formas de operação irão além do corte de custos para não apenas sobreviver, mas prosperar, competir e vencer no futuro”, explica Bill Theofilou, CEO e líder global de Enterprise Strategy na Accenture Strategy.
Sobre o estudo:
A Accenture Research realizou uma pesquisa com 2.000 executivos em 15 setores e 12 países para entender as ações decisivas que os executivos estão tomando para impulsionar o crescimento e a resiliência de suas organizações. Entre os entrevistados, 29% ocupam o cargo de Chief Executive Officer (CEO), enquanto os demais estão distribuídos igualmente em cargos de Chief Strategy Officer (CSO), Chief Financial Officer (CFO), Chief Operations Officer (COO) e diretores de unidades de negócio. Ao todo, 95% dos executivos atuam em empresas com receita de pelo menos US$ 1 bilhão.