Pesquisa internacional da YouGov encomendada pela Tableau, plataforma líder mundial de análise de dados, com executivos de diversos países apontou que os líderes brasileiros foram os que mais demonstraram preferência por reuniões online, em detrimento de reuniões presenciais. O levantamento entrevistou 1.977 executivos em cargos C-Level ao redor do mundo.
Enquanto as lideranças dos demais países ainda preferem reuniões presenciais para categorias como: reuniões da liderança C-level, brainstorms e reuniões de time, até mesmo para esses casos os executivos brasileiros entrevistados preferiram a modalidade online (conforme gráfico).
Entre os dados que se destacam, 59% das lideranças brasileiras disseram que preferem realizar reuniões entre líderes na modalidade online — a média global da pesquisa é de apenas 41%. Quando questionadas sobre as reuniões entre equipes (que reúnem profissionais de diferentes áreas), 61% dos brasileiros assinalaram preferir realizar na modalidade online — na média global, apenas 44% responderam igual.
A informação é um recorte da pesquisa estimulada Quality Conversations, cujo objetivo principal foi entender como os dados podem ajudar as lideranças nas tomadas de decisão e como os líderes se adaptaram ao ambiente digital. Foram entrevistadas lideranças do Brasil, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Suécia, Singapura, Japão e Austrália.
Gráfico com os dados da pesquisa
Os dados traduzem um pouco do impacto da pandemia do Coronavírus no ambiente de trabalho e sua consequente necessidade de adaptação repentina. Neste cenário de imprevisões e distanciamento social, a tecnologia abriu as portas para que as modalidades de trabalho em escritório pudessem ser continuadas de maneira virtual.
“O trabalho remoto trouxe conforto, economia de tempo de locomoção e facilidade de encontrar pessoas, que puderam participar de uma reunião a partir de qualquer lugar”, diz Adriano Chemin, vice-presidente Latam da Tableau.
Para Chemin, as lideranças, sobretudo de empresas em estágios mais avançados no processo de digitalização, tiveram esse entendimento. Além disso, as reuniões online trouxeram maior agilidade e eficiência nas decisões, bem como maior necessidade do uso de análise de dados para tratar de temas de maneira mais objetiva, com exposição de cenários de modo mais preciso.
“O trabalho online é mais orientado para a execução de tarefas, ao contrário do trabalho presencial, que em parte é orientado para o cumprimento de uma jornada e inclui períodos de conversas para a descontração”, avalia.
O uso de dados se tornou mais crítico
Segundo os dados da pesquisa, 79% dos entrevistados brasileiros disseram que a pandemia tornou o uso de dados um elemento mais crítico a ser considerado para a tomada de decisões, seja para repensar cadeias de fornecimento, reavaliar custos ou abrir diferentes frentes de negócios.
Pós-pandemia
A pesquisa também identificou que as lideranças brasileiras sofreram com a falta de momentos de descontração no escritório – como encontros informais, almoços e coffee breaks – 73% deles apontaram que este foi um fator negativo para as conversas sobre negócios.
Ainda sobre as reuniões de trabalho, 30% dos líderes brasileiros acreditam que a maioria delas ocorrerão em casa, na modalidade online, no pós-pandemia. Outros 25% acreditam que ocorrerão de modo híbrido, entre a casa e a empresa, e 45% responderam que ocorrerão na empresa.
“Ainda há líderes com postura mais conservadora, que ainda não confiam totalmente na produtividade do digital ou cujas empresas estão em estágios mais iniciais desse processo”, acrescentou Chemin.
Apesar da ampliação do trabalho remoto, 64% dos entrevistados disseram que as conversas durante a pandemia foram mais eficientes. O que mostra que, apesar das grandes dificuldades do período, as lideranças se adaptaram rapidamente ao uso regular de ferramentas virtuais para o trabalho. Além disso, 70% dos líderes também disseram que foi mais fácil reunir as pessoas para conversas sobre negócios.