Com o objetivo de entender o interesse e o grau de conhecimento de seus clientes sobre investimentos alternativos, a XP Investimentos fez uma pesquisa com sua base de clientes qualificados e não qualificados com mais de R$ 300 mil investidos, totalizando 1.400 respostas, e descobriu que 87% deles nunca incluíram essa classe de ativos na carteira, sendo que mais da metade declarou ter baixo ou nenhum conhecimento sobre ela. O levantamento, realizado durante os dias 4 e 9 de setembro, revelou, por outro lado, que 89% têm interesse em conhecer melhor esses investimentos, o que reforça o potencial do segmento.
Os produtos alternativos constituem uma classe de ativos pouco conhecida dos investidores, que não são listados em bolsa ou mercado de balcão. Essas opções, que incluem Private Equity, Venture Capital, Special Situations, entre outros, são interessantes para investidores que prezam por boas chances de retorno em detrimento da liquidez.
“O resultado não surpreende já que esse mercado ainda é bastante incipiente no Brasil. Porém, o cenário que temos hoje, de taxa de juros em mínima história, é muito frutífero para o desenvolvimento dos fundos e aumento da captação, inclusive com capital local, que até então representa apenas 30% do total, e com mais de 81% dos investidores buscando retornos acima da média”, afirma Gustavo Pires, diretor de fundos de investimentos da XP. A estimativa, segundo ele, é que já em 2021 mais da metade da alocação em produtos alternativos será de investidores locais e não mais estrangeiros.
Em mercados mais desenvolvidos, essa classe de ativos tem uma penetração muito maior do que no Brasil, onde representa 0,2% do PIB, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, representa 2% do PIB. Esse contexto demonstra que ainda há um longo caminho a percorrer no país.
Entre os investidores que já ingressaram nesse segmento, os fundos de Private Equity são os que mais atraem, com 7%, seguidos de Venture Capital, 2%, e Special Situations e Crédito Estressado empatados com 1%. Outros investimentos foram apontados por 3% dos respondentes. Para o desenvolvimento do mercado, Pires aponta três aspectos fundamentais: informação, para que o investidor entenda os riscos envolvidos, como a alta iliquidez, e a melhor forma de incluir os alternativos na carteira; oferta de produtos de qualidade pelas assets e curadoria para a distribuição das melhores opções nas plataformas de investimentos.
A fim de contribuir com as discussões sobre essa classe de ativos, até quinta-feira a XP realiza o Alternative Week, evento que reunirá gestores, diretores e empresários para debater o cenário e as oportunidades para os investidores no setor. Guilherme Benchimol, CEO da XP Inc., e o empresário Jorge Paulo Lemann estão entre os confirmados. A programação completa pode ser conferida aqui.