KPTL e Cedro Capital investem R$ 5 milhões na Mereo

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Trazer a inovação para dentro da gestão de pessoas sempre foi um grande desafio das empresas. Não é simples aportar tecnologia aos departamentos de recursos humanos para impulsionar a performance, deixando o RH mais estratégico e digital. Fundada em 2012, a Mereo resolve essa dor e agora chama a atenção de dois players de peso. A KPTL, uma das principais gestoras de fundos de Venture Capital do Brasil, acaba de anunciar conjuntamente com a Cedro Capital um investimento de R$ 5 milhões na companhia, por meio do Fundo Criatec 3, que tem o BNDES e o BDMG entre os principais cotistas.

A Mereo se apresenta como a integração de duas soluções como plataforma de monitoramento de performance (CPM-Corporate Performance Management) e como HR Tech – como são chamadas as startups focadas aos recursos humanos – voltada à performance dos profissionais dentro de uma empresa.

A empresa nasceu em Belo Horizonte (MG), pelas mãos de três sócios egressos da consultoria Falconi. Os colegas Athila Machado, Ivan Cruz e Marconi Rocha notaram a oportunidade de encapsular todo o conhecimento, processos e métodos de gestão de talentos e performance em uma plataforma. Além de facilitar a gestão, simplifica a adoção das melhores práticas e padrões do mercado.

Durante sua passagem pela consultoria, os atuais sócios desenvolveram diversos projetos para empresas de médio e grande porte nas áreas de Estratégia, Gestão Empresarial, Performance, Gestão de Talentos, Reconhecimento, Recompensa e Processos. Queriam ainda permitir uma maior flexibilidade e liberdade na adoção de distintos métodos, processos e ferramentas, além daqueles restritos ao universo da consultoria.

Enxergavam no mercado uma oportunidade para transformar sua experiência e conhecimento em uma plataforma no modelo SaaS (Software as a Service). Mais do que isso: uma ferramenta que companhias de grande porte usassem, mas que as de médio porte também pudessem pagar.

Tradicionalmente, empresas de grande porte no Brasil contratam serviços de empresas multinacionais de tecnologia como a Oracle e a SAP (com o software SuccessFactors) para gerir seus recursos humanos. A Mereo está ganhando mercado com um produto mais versátil e a um custo muito mais baixo. Entre os clientes atuais, estão empresas como BRF, XP Investimentos, Burger King, Magazine Luíza e Suzano, dentre outras.

Para Ivan Cruz, Co-Fundador e Diretor de Marketing e Desenvolvimento de Negócios, o investimento chega na hora certa. “Esse aporte é um divisor de águas, onde vamos acelerar nossa evolução. Entendemos que é momento de escalarmos, tanto em termos de recursos, mas também em relação ao know-how e ao relacionamento com a KPTL. A sensação é a de ganhar um grande impulso”, acredita Cruz.

O crescimento da Mereo nos últimos anos é nítido e a startup já conta hoje com 60 funcionários. “Nosso plano para 2021 é crescer a base de clientes em 60% e para isso estamos investindo fortemente no desenvolvimento do produto e nos canais de marketing e vendas”, adianta Athila Machado, Co-Fundador e responsável pela Diretoria Comercial.

Segundo Marconi Rocha, responsável pelos setores Administrativo, Financeiro, Produto e Tecnologia, o momento é de “pisar fundo no acelerador”. “Fazer o trabalho de 5 anos em apenas 1, usando a expertise da gestora e também trazendo novos profissionais. O planejamento do orçamento já está todo concluído e já está rodando, com efeitos muito positivos. O processo comercial já está começando a criar mais maturidade. Taxa de closing está bem legal, com o ano começando bem”, resume Rocha.

A palavra Mereo tem origem no latim e significa “merecer”, raiz da palavra “meritocracia”, um dos principais valores da organização. Na idealização da empresa o mérito se tornou um valor muito claro, se tornando um elemento central na criação das primeiras soluções.

“Parece paradoxal, mas a Mereo realmente faz jus a esse aporte. Tanto por conseguir resolver dores atuais de médias e grandes empresas, como por antecipar potenciais soluções aos problemas que surgirão naturalmente com a transformação das relações de trabalho. A pandemia precipitou esse processo e a KPTL, como uma casa de tecnologia, se encanta e apoia empresas de vanguarda com soluções únicas”, defende Renato Ramalho, CEO da KPTL.

“A Mereo nos chamou a atenção pela sua carteira de clientes e por ser uma plataforma voltada para o C-Level de seus clientes, com seu posicionamento diferenciado no mercado ao integrar desde o monitoramento de performance corporativa da empresa até a gestão de competências dos colaboradores, com a apuração de suas metas individuais, de forma automatizada”, conta Alessandro Machado, sócio da Cedro Capital.

A plataforma Mereo se estrutura em três módulos, que podem ser utilizados em conjunto ou separadamente: Gestão da Performance, Gestão de Talentos e Reconhecimento Recompensa. O primeiro consolida os indicadores estratégicos de cada área da companhia e também permite tratar os desvios. Já o segundo avalia o desempenho dos funcionários de acordo com a matriz de competências de cada empresa. Por fim, o terceiro, calcula a remuneração variável de cada colaborador de acordo com os resultados alcançados e as regras definidas em cada companhia.

De acordo com Sergio Gusmão Suchodolski, presidente do BDMG, a participação como cotista do fundo Criatec 3 alinha-se ao seu propósito de estimular o ecossistema de inovação como um dos principais vetores de diversificação e modernização da matriz econômica de Minas Gerais. “Por isso, o Banco tem buscado apoiar continuamente, e com diferentes instrumentos, empresas que possuam soluções inovadoras e elevado potencial de crescimento, capazes de impactar positivamente o ambiente negócios e, consequentemente, gerar mais desenvolvimento para a sociedade”, explica Suchodolski.

Transformar informações em resultados e ter índices elevados de eficiência é um sonho de todos os gestores. Por isso, utilizar um sistema robusto que direciona as equipes e impulsiona os resultados é essencial para sua estratégia de gestão. “Através da Mereo, obtivemos uma melhoria significativa nos índices de eficiência das equipes, o que gerou um melhor resultado do banco como um todo”, relata Alexandre Riccio, Vice Presidente do Banco Inter.