O ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, trocou a folia no Brasil por uma missão em Barcelona: apresentar durante o Mobile World Congress, maior congresso de inovações do mundo, na segunda-feira de Carnaval, os eixos de transformação que vão nortear o Plano Nacional de Internet das Coisas. Kassab ainda lançará no exterior o IoT Bytes, plataforma de interação digital que ajudará a criar o mapa de iniciativas em IoT no Brasil – o ministério vai colher a opinião de experts de todo o mundo por meio de uma consulta pública on-line.
Em setembro, consórcio formado pela McKinsey, CPQD e Pereira Neto Advogados vai entregar ao governo estudo que traça os caminhos para o desenvolvimento de IoT no país. O material, encomendado pelo BNDES, servirá de base para o plano. O Brasil é hoje um dos únicos países que estuda IoT com vistas a elaborar uma estratégia nacional de desenvolvimento. O governo terá acesso ao estudo sem custo e o acordo prevê ainda que o consórcio auxilie o governo a colocar em prática as metas traçadas.
Com base no estudo, o governo poderá elaborar uma política pública de curto e médio prazo para IoT no país. Pesquisa do McKinsey Global Institute (MGI) estima que a Internet das Coisas pode gerar até 11 trilhões de dólares para a economia global até 2025 – 38% nos países emergentes.
O plano, a ser executado em nove meses, prevê as seguintes entregas: diagnóstico do potencial impacto da Internet das Coisas no Brasil, diagnóstico das competências que o país já possui e a criação do Plano de Ação 2017-2022. Atualmente, o estudo está na primeira fase. Após a conclusão das três fases, o consórcio ficará dedicado, nos seis meses subsequentes, a apoiar os agentes públicos e privados em iniciativas de implantação das ações propostas.
Em Barcelona, Kassab apresentará os sete eixos de transformação que devem ser endereçados para que o Brasil atinja completamente seu potencial em IoT: sistema regulatório de telecomunicações, investimento e financiamento de projetos de inovação, expansão internacional, infraestrutura e conectividade, impacto na sociedade e capacitação de mão de obra.
O acordo prevê um financiamento de R$ 17,4 milhões para a elaboração de um estudo técnico independente. O BNDES vai disponibilizar R$ 9,8 milhões, e o consórcio arcará com outros R$ 7,6 milhões. O consórcio foi selecionado pelo MCTIC e BNDES por meio de chamada pública, em dezembro. O desenvolvimento de IoT no país pode aumentar a produtividade, levar à criação de novos mercados e incentivar a inovação.