Jovens de periferia entram no mercado de trabalho mais cedo e com mais dificuldade, aponta pesquisa

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Apenas 37% dos trabalhadores periféricos de São Paulo possuem carteira assinada; projetos fomentam emprego em comunidades

O mercado de trabalho é espinhoso para jovens periféricos, mostra a nova pesquisa Injustiças Estruturais Entre Jovens na Cidade de São Paulo. Segundo o estudo, que ouviu 600 voluntários de 15 a 30 anos, 42% dos entrevistados começaram a trabalhar antes dos 16 anos, sendo que 72% já trabalharam e estudaram ao mesmo tempo. Entre os empregados, apenas 37% possuem carteira assinada.

Outro estudo do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade-SP) mostra que os desafios começam antes mesmo de conseguir uma vaga, isso porque a oferta de emprego é 200 vezes maior no centro do que nas periferias. A zona sul é a que registra o maior índice de desempregados, 15,5%. Em segundo lugar, vem a zona norte, com 13,9%.

“Com a exclusão profissional de cerca de 1 milhão de moradores de periferias, é necessário investir em projetos em esfera pública e privada para melhorar as oportunidades e condições de trabalho dessa população desassistida”, afirma Bruno Rizzato, diretor do Trampolim, aplicativo gratuito que conecta profissionais a vagas de emprego divulgadas em comunidades. 

A plataforma conta com 30 mil usuários – 80% moradores de regiões periféricas – e 3 mil vagas disponíveis na capital paulista para posições de vendedor, ajudante geral, auxiliar de limpeza, entre outros. Interessados em acessar e divulgar vagas podem fazer o download no link: trampolim.app/aplicativo.

“O aplicativo ajuda as pessoas a encontrarem vagas dentro da comunidade e economizar com transporte e impressão de currículos”, diz Bruno Rizzato, que indica outros projetos na capital. O Programa Operação Trabalho, que oferece capacitação profissional e frentes de trabalho para pessoas em situação de vulnerabilidade social, e o Bolsa Trabalho, voltado para jovens de famílias de baixa renda.