Chegar ao trabalho custa mais tempo nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro do que em Londres, Nova York, Tóquio, Paris, Santiago e várias outras grandes cidades, exceto Xangai, em um conjunto de 20 estrangeiras e 10 brasileiras com dados comparáveis. De 1992 a 2009, o tempo de deslocamento nas áreas metropolitanas do Brasil aumentou 4% para os mais pobres e 15% para os mais ricos, reduzindo de 9 para 6 minutos (ou de 33% para 20%) a diferença de tempo que penaliza os de menor renda. A piora foi mais sentida pelas mulheres, que já gastam quase tanto quanto os homens no trânsito.
Essas são algumas das conclusões de um estudo recém-publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de autoria do técnico de planejamento e pesquisa Rafael Pereira, em parceria com Tim Schwanen, da Universidade de Oxford. Eles se debruçaram sobre indicadores ainda pouco explorados nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para revelar um aspecto que afeta diariamente a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros.Veja notícia completa.