Os investimentos em agtechs brasileiras ultrapassaram a barreira de US$ 160 milhões somando os aportes feitos desde 2009, mostra o Distrito Mining Report – Agtech 2021, relatório anual feito pela plataforma de inovação aberta Distrito, e que traça um panorama completo do setor. Mais da metade desse valor foi aportado nos últimos três anos.
Segundo o documento, a maior parte dos deals, cerca de 40%, está concentrada no estágio Seed, o que sinaliza que o investimento de risco ainda está descobrindo as agtechs. Ano passado bateu o recorde de investimentos no setor, com US$ 67,3 milhões aportados ao longo de 18 rodadas, mas excluindo-se o investimento de US$ 60 milhões feito na Solinftec, referência em agricultura de precisão, foi um ano fraco. Já em 2021, até agora, foram US$ 4,7 milhões em sete deals.
“Isso significa que há uma grande perspectiva de crescimento no investimento nesse setor”, diz Tiago Ávila, líder do Distrito Dataminer, braço de inteligência do Distrito. “As agtechs ainda enfrentam muitos desafios para levar a inovação ao campo no Brasil, ainda assim, têm sido vistas como o potencial nacional. O grande desafio do nosso tempo é tornar a produção agropecuária mais sustentável e eficiente.”
Nos últimos anos houve também seis aquisições em agtechs, com participação tanto de empresas do agronegócio, como também de outros setores, como no caso da compra da Gira, que oferece tecnologia financeira para o agronegócio, pelo banco Santander em 2020. Também no ano passado a Mvisia, empresa de sistemas de visão industrial, comprou a Weg, especializada na fabricação de motores elétricos.
O Distrito mapeou 298 startups voltadas para o agronegócio, com predomínio para a categoria agricultura de precisão (38%). Entre essas, destaca-se a oferta de software de gestão da produção agropecuária e uso de internet das coisas e big data analytics para o campo. Entre as demais soluções tecnológicas para a agropecuária, temos um cenário bastante equilibrado entre biotecnologias, automação e robotização e soluções de marketplace.
As cinco maiores startups do agronegócio no Brasil são a Solinftec, mais investida do ecossistema e com sólida atuação internacional; a Agrosmart, que acaba de adquirir a argentina especialista em análise meteorológica BoosterAgro; a Xmobots, especializada em drones para o agronegócio; a Solubio, voltada para defensivos agrícolas biológicos; e a GlobalYeast que oferece inovação para a produção de bioetanol e outros materiais verdes. Esse top cinco é calculado pelo Distrito levando-se em consideração número de funcionários, faturamento presumido, funding captado e métricas de redes sociais.