Investimentos de bancos com tecnologia crescem 48% em 2019 e orçamento total chega a R﹩ 24,6 bilhões

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Os investimentos feitos pelo setor bancário em tecnologia em 2019 cresceram 48% em relação ao ano anterior, e o orçamento total chegou a R﹩ 24,6 bilhões, somados aos gastos do setor em TI, que tiveram alta de 14%, revelou a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2020 (ano-base 2019), divulgada hoje. Os investimentos passaram de R﹩ 5,8 bilhões para R﹩ 8,6 bilhões, enquanto as despesas cresceram de R﹩ 14 bilhões para R﹩ 16 bilhões.

O estudo, realizado pela Deloitte, mostrou que, assim como nos anos anteriores, as despesas e investimentos em software estiveram no centro das atenções das instituições financeiras e somaram R﹩ 13,2 bilhões, ou 54% do total. O resultado reforça o compromisso da indústria bancária no desenvolvimento de novas funcionalidades em serviços e produtos.

“Os bancos brasileiros sempre funcionaram como um importante indutor em inovações no país. A crise impulsionou a digitalização dentro e fora das instituições financeiras, mas já estávamos preparados e queremos continuar ajudando o cliente a criar um DNA digital que lhe permita ter acesso a serviços com maior valor agregado, mais eficiência e redução de custos”, avalia Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.

“O histórico de investimentos dos bancos em TI, aliado ao crescimento do uso dos canais digitais nos últimos cinco anos, foram fundamentais para que, neste momento de pandemia, nossos clientes tivessem a opção de fazer praticamente todas as transações financeiras de forma segura em suas casas, evitando, assim, aglomerações”, destaca Isaac Sidney.

A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária também revelou que as transações bancárias cresceram 11% em 2019, registrando 89,9 bilhões de operações. Deste total, 39,4 bilhões, ou 44% do total, correspondem a operações feitas pelo mobile banking, que a cada ano vem ganhando a preferência do consumidor brasileiro para suas transações financeiras.

“O mobile banking transformou-se em uma expressiva porta de entrada para a inclusão financeira de milhões de brasileiros pela possibilidade de carregar no bolso e acessar, em qualquer hora ou local, serviços antes restritos a agências bancárias”, afirma Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN.

De acordo com o levantamento, as operações com movimentação financeira no smarthphone tiveram alta de 41% no ano passado em relação a 2018. Na comparação anual, o mobile banking mostrou significativo avanço em todas as transações pesquisadas: contratação de investimento (alta de 114%); tomada de crédito (+47%); transferências, DOCs e TEDs (+43%); pagamento de contas (+39%). A pesquisa também revelou que a contratação de seguros por celular cresceu 133%, enquanto os depósitos virtuais mostram alta de 327% nesse canal .

O cliente do mobile banking faz login no banco 23 vezes por mês, sendo que os chamados heavy users – usuários que fazem mais de 80% das transações em um único canal – visitam seu banco 40 vezes, na média mensal. Já as contas abertas pelo smartphone cresceram 66% em 2019, na comparação ao ano anterior, totalizando 6,5 milhões.

As últimas edições da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária têm revelado uma mudança de comportamento do consumidor. Hoje, 63% das operações bancárias são feitas pelos meios digitais – internet banking e mobile banking -, percentual que era de 46% em 2014. Atualmente, praticamente todas as operações bancárias podem ser feitas de forma eletrônica.

Metodologia

A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária foi feita com 22 bancos, que representam 90% dos ativos da indústria bancária. O estudo, já em sua 28ª edição, traz uma radiografia e tendências do comportamento do setor financeiro no que se refere aos investimentos e uso da tecnologia, bem como a relação dos consumidores com os canais de atendimento.

Neste ano, o levantamento também ouviu executivos dos bancos brasileiros. “A coleta de dados se deu em uma fase quantitativa, via formulário, e outra qualitativa, com entrevistas mais aprofundadas. Além dos 22 bancos que responderam o questionário, o que representa 90% dos ativos dessa indústria no Brasil, 10 executivos da área de tecnologia bancária concederam as entrevistas para a edição de 2020 da pesquisa”, analisa Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a indústria de Serviços Financeiros no Brasil.

Entre os resultados da pesquisa, Biagini também destaca que que os bancos investiram R﹩ 107,3 milhões com treinamentos no ano passado, que atingiram 146 mil pessoas, totalizando 1,7 milhão de horas. “Os bancos continuam a investir fortemente na formação de seus times, que conduzem a transformação digital do setor . ”