Internet das Coisas é imperativa na indústria 4.0

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A estimativa dos institutos de pesquisa é de que a partir de 2020, a Internet das Coisas será o maior mercado de dispositivos do planeta. São previstos, em todo o mundo, em torno de 200 bilhões de carros, aplicativos, maquinários e dispositivos realizando operações remotas, monitorando e fazendo a interação entre produtos conectados à internet.

Essa é a era da Indústria 4.0, que já começou em muitos segmentos, onde os gestores entendem que o importante é ser inovador com sustentabilidade (do planeta e dos negócios), para aumentar a qualidade dos serviços e produtos, ter maior eficiência, conveniência e menores custos de operação. Com o uso de IoT as aplicações são infinitas, porque é uma contribuição vital para empresas e indústrias criarem novos patamares de eficiência.

“Muitas indústrias acabam de entrar nessa nova era de conectividade, por meio de uma infraestrutura robusta, desenhada especificamente para ambientes hostis e pronta para a integração com os equipamentos e soluções de automação”, explica Renato Carneiro, Presidente da 2S Inovações Tecnológicas – uma das pioneiras em projetos IoT no Brasil.

De acordo com o Gartner, em 2020, os investimentos em infraestrutura de IoT serão de US$ 1,53 trilhão no mercado consumidor e US$ 1,47 trilhão no setor corporativo.

Na Indústria 4.0 o caminho é acelerar os ciclos de inovação e otimizar os processos do negócio de forma inteligente. Para ajudar empresas de todos os setores a manter o rumo nessa estrada, a Internet das Coisas tem o papel de condutor ao unir a tecnologia de sensores, conectividade, big data
e analytics.

Por outro lado, tanto na indústria como nas empresas em geral, há uma preocupação constante com a cibersegurança. “Em IoT, você tem que garantir que tudo que está conectado é mesmo real, o que é possível quando criamos uma camada adequada de segurança na solução”, resume Carneiro.

Segundo estimativa da Cisco, dependendo do setor, entre 40% e 50% dos processos manuais de manufatura, transporte, varejo, petróleo e gás, geração de energia e mineração podem ser automatizados com a IoT.

Dados da IDC indicam que manufatura é o 3º mercado que mais cresce em adoção de IoT e a movimentação vai passar dos US$ 42,2 bilhões (registrados em 2013) para US$ 98,8 bilhões em 2018. Um aumento anual de 18,6% – superior à média geral de IoT, estimada em 16,9%.

Até a indústria da sucata precisa de IoT. Por exemplo, na classificação da sucata os objetos são avaliados presencialmente por profissionais qualificados, que os filtram conforme o tipo e qualidade. Esse processo, manual tem alto custo e pode ser aprimorado com a avaliação remota, a partir de um centro de controle que concentra os trabalhadores experientes, enquanto colaboradores de menor senioridade vão à planta com uma câmera, que registra e envia imagens à central em tempo real. Esse tipo de solução reduz o custo e também os riscos.

Ao colocar as pessoas na classificação da sucata, a preocupação não é só com a possibilidade de falha, mas também de fraude. Há casos em que a empresa contratada para transportar os objetos faz acordo com o colaborador para benefício das duas partes, como mentir valor ou tipo de material.

“Esse projeto ganhou nova fase por meio de IoT: uma camada de inteligência e analytics permite que a imagem captada pelas câmeras seja classificada automaticamente. No começo, os profissionais instruem o banco de dados, validando e checando as inserções, até, após um ano, o sistema fazer avaliações de forma autônoma”, afirma Mirella Damaso Vieira, IoT Business Development Manager da 2S Inovações Tecnológicas.

Carneiro ressalta que, com a estratégia adequada, a Internet das Coisas é uma grande aliada em ambientes hostis, comum na indústria. “Um local de trabalho perigoso também torna a manutenção da infraestrutura mais complexa. Para resolver isso, sistemas inteligentes de IoT podem conectar equipamentos com M2M (machine-to-machine) e fazer com que a rede monitore constantemente a situação física, como temperatura, avarias e de performance de cada elemento. Isso possibilita a manutenção preditiva, garantindo otimização da vida útil de cada item”.

Em relação aos custos, IoT representa pouco comparado aos robôs ou máquinas. “Considerando o caso da implementação de 400 câmeras em uma fábrica, por exemplo, mesmo incluindo switch de rede e storage, o valor fica em 0,1% do custo total dos equipamentos de automação”, detalha Mirella.