Uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) revelou que 76% das empresas brasileiras, participantes do levantamento, acreditam que a Inteligência Artificial terá alto impacto na competitividade de seus negócios. Este dado integra a Pesquisa de Percepções do Empresariado sobre a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Inteligência Artificial, realizada com 164 empresas de diferentes portes e segmentos.
O estudo faz parte das ações da Rede MCTI/EMBRAPII de Inovação em Inteligência Artificial (IA), lançada no final do ano passado, com o objetivo de difundir a tecnologia ampliando o apoio financeiro com recursos não reembolsáveis da EMBRAPII, bem como colocando à disposição do setor empresarial pesquisadores e centros de pesquisas que integram as chamadas Unidades EMBRAPII. Atualmente, a rede tem disponível R$ 70 milhões não reembolsáveis disponíveis à indústria para inovar.
A maior parte das empresas que responderam ao questionamento faz parte da indústria de transformação – entregam novos produtos ao consumidor – e de Tecnologia da Informação e Comunicação. O estudo, coletado em fevereiro, traça as necessidades das empresas para que possam ser entregues soluções para tornar o setor industrial mais inovador.
Quando perguntado se a empresa já utiliza algum sistema ou ferramenta com IA, 24,7% responderam que não. Entretanto, 94,5% consideram a possibilidade de fazer projetos de P&D, em parceria com centros de pesquisa da Rede MCTI-EMBRAPII de Inovação em IA. Ou seja, gostariam de ter acesso a infraestrutura e aos recursos financeiros não reembolsáveis, que podem chegar a até 50%.
As áreas de aplicação que as empresas desejam atuar para aumentar a competitividade são diversas e muitas estão, tecnicamente, empatadas: manufatura preditiva, que faz diagnóstico, monitoramento e detecção falhas no processo produtivo (13,4%); soluções de análises de imagens (13,2%) e sistema em tempo real (12,5%), sistemas de manufatura (12,3%) e Internet de Tudo (10,2%).
Projetos de inovações nessas principais áreas citadas serviriam para ajudar a suprir as grandes necessidades para melhoria de processos, como indicado na pesquisa: apoio à tomada de decisão com base em histórico e bases de dados (19,9%), Automação personalizada de produtos, processos ou serviços (19,2%) e Reconhecimento de padrões a partir de dados (17,9%).
“Com a pesquisa, ficou claro o quão importante será a Rede MCTI/EMBRAPII de Inovação em Inteligência Artificial às empresas, para que elas possam aumentar a competitividade no mercado nacional e internacional a partir das tecnologias de IA”, afirma Jorge Almeida Guimarães, diretor-presidente da EMBRAPII. “A Rede vai atrair muito mais interesse daquelas empresas que ainda não perceberam as perspectivas enormes desta fantástica tecnologia que é a Inteligência Artificial”, reforça.
Capacitação para crescer a inovação
Todas as empresas acreditam ser importante o desenvolvimento de ações de capacitação em IA para os colaboradores da empresa, 26% das empresas indicaram dar prioridade à formação da área técnica, voltada para trabalhadores da empresa com foco na resolução de problemas e 23% focam a capacitação dos profissionais da área negocial, que atuam em questões estratégicas e práticas de IA
A proposta é criar consórcios de empresas e diversas Unidades EMBRAPII em projetos em uma fase de amadurecimento ainda embrionário, cobrindo esforços de P&D que vão da pesquisa básica até apenas no início da prototipagem. O conhecimento gerado em cooperação pode ser aplicado nas empresas de acordo com sua estratégia empresarial. Exemplo de um potencial projeto seria o desenvolvimento de chatbot em português, programas de interação com usuário. Hoje, a tecnologia é prioritariamente e em inglês, o que diminui sua ação na ação nacional.
A EMBRAPII já apoiou mais de 174 empresas com o desenvolvimento de projetos que superam a marca de 193 novas ideias que utilizam a Inteligência Artificial, que somam R$ 213 milhões em investimento e renderam 87 pedidos de Propriedade Intelectual. São soluções para agro, saúde, manufatura 4.0, entre outros setores, que somam quase R$ 200 milhões em investimentos.