Uma empresa cerâmica da cidade de Campos de Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro, decidiu inovar e readequar velhos procedimentos na fabricação de tijolos. O objetivo era reduzir o consumo de combustível e a emissão de partículas e gases durante a queima, mas sem perder em qualidade no produto final. A ideia saiu do papel após parceria com a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) por meio do desenvolvimento de um sistema de reaproveitamento energético.
A tecnologia é composta por um “trocador de calor”, dispositivo que aproveita a alta temperatura gerada e que seria perdida durante o procedimento de queima dos tijolos para se tornar fonte de energia para novas remessas. Desta forma, o sistema possibilita que o forno já esteja pré-aquecido no início dos trabalhos e não em temperatura ambiente, padrão no tipo de forno utilizado.
A iniciativa foi desenvolvida com toda expertise de pesquisadores do IFF – Instituto Federal Fluminense (Unidade EMBRAPII) e está em uso há cerca de dois anos. A economia a cada fornada gira em torno de 20%, tanto no gasto com a serragem, matéria-prima que alimenta o forno, quanto no tempo de queima e quantidade de emissão de gases, o tornando mais sustentável.
Para o empresário Rodolfo Sardinha, o resultado do projeto superou as expectativas. “O apoio da EMBRAPII e do IFF foi fundamental, porque sem a ajuda deles eu não conseguiria, não foi apenas o desenvolvimento do projeto, mas todo o monitoramento, suporte e trabalho de pesquisa que tornou nosso trabalho muito mais eficiente”, comemora. “Hoje, praticamente, já recuperei o valor investido. A tecnologia não pode ficar na gaveta.”