Quase 80% dos participantes da Global Investors Survey no Brasil identificam a mudança tecnológica como o principal fator de transformação das empresas
Inovação e novas formas de conduzir os negócios são os principais fatores que impulsionam as empresas a repensar a sua maneira de criar, entregar e capturar valor. A mudança tecnológica é o principal fator de transformação para quase 80% dos investidores brasileiros (a média global é de pouco mais de 70%). Os dados estão na Pesquisa Global com Investidores 2024, desenvolvida pela PwC com investidores e analistas de 24 países, incluindo o Brasil.
O estudo também revela o otimismo dos investidores em relação ao potencial da IA generativa, especialmente em relação à escalabilidade, medição de retorno sobre investimento (ROI), impacto na força de trabalho, percepção dos stakeholders e despesas de capital (nesse aspecto, os respondentes tendem duas vezes mais a percebê-la como oportunidade do que como desafio).
Os investidores também indicam que as empresas devem aumentar moderadamente (38% no Brasil e 42% mundo) ou significativamente (42% no Brasil e 31% no mundo) seus investimentos para viabilizar a implantação da IA em larga escala.
Entre as ameaças para os negócios, 44% dos investidores no Brasil (um terço no mundo) afirmam que a instabilidade macroeconômica é a principal preocupação. Além disso, riscos cibernéticos e conflitos geopolíticos também se destacam entre as principais inquietações entre os brasileiros.
A preocupação com as mudanças climáticas permaneceu estável (cerca de um terço no Brasil e no mundo). Além disso, duas novas questões na pesquisa mostraram que aproximadamente um terço dos investidores enxergam um alto risco de disrupção digital, enquanto 22% no Brasil (28% no mundo) consideram a escassez de profissionais qualificados uma ameaça significativa.
“Embora os desafios sejam grandes, a prioridade dos investidores é encontrar saídas à altura da reinvenção dos negócios. No Brasil e no mundo, eles esperam que as organizações sejam capazes de liderar a transformação, mesmo que isso signifique assumir riscos no curto prazo, em meio a um contexto de tensões geopolíticas e comerciais, disrupção digital e mudanças climáticas”, afirma Lindomar Schmoller, sócio e líder da indústria de serviços financeiros na PwC Brasil.
No Brasil e no mundo, quase um terço dos investidores classifica as mudanças climáticas como uma das principais ameaças para as empresas que fazem parte do seu portfólio ou estão sob sua análise nos próximos 12 meses.
Esse percentual é aproximadamente igual ao daqueles que apontam inflação, instabilidade macroeconômica e disrupção digital, como principais ameaças. Além disso, 70% dos investidores no Brasil (64% no mundo) indicam que as empresas deveriam aumentar moderada ou significativamente seus investimentos em iniciativas para reduzir emissões de carbono.
Segundo Maurício Colombari, sócio e líder de ESG na PwC Brasil, as empresas ao redor do mundo enfrentam pressão crescente em relação à tecnologia e à regulação. No Brasil, essa preocupação é ainda mais intensa devido ao avanço da inteligência artificial e às transformações significativas implementadas por órgãos como o Banco Central e outras entidades do mercado financeiro. “Diante de tantos desafios, o estudo mostra a percepção de que, se continuarem fazendo como fazem hoje, as empresas vão ter dificuldade de sobreviver”, completa o sócio.
Investidores brasileiros mais otimistas que os globais
A Pesquisa Global com Investidores também revela que 51% dos participantes esperam um crescimento da economia mundial, enquanto 31% preveem um declínio. No Brasil, os percentuais são mais positivos: 55% acreditam em crescimento econômico, enquanto apenas 25% projetam retração da economia global.
Os desafios econômicos do Brasil se destacam quando o assunto é o nível de risco enfrentado pelas empresas. Entre os gestores brasileiros, 44% consideram a exposição à volatilidade macroeconômica como alta ou extremamente alta, enquanto a média global é de 34%. Esse percentual ultrapassava os 60% há dois anos e mostra uma leve retração.
No entanto, o contexto se inverte quando os investidores são questionados em relação à preocupação com a inflação. Cerca de 22% dos gestores brasileiros consideram a exposição como alta ou extremamente alta, enquanto a média global é de 31%.
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