A ExpoManagement 2013, maior evento de gestão da América Latina, teve início na manhã desta segunda-feira com a presença de especialistas, executivos e empresas dos mais diversos setores da economia de todo país apresentando os conceitos mais atuais, cases inspiradores e práticas de sucesso do mundo corporativo. O evento acontece entre hoje e quarta-feira (6/11), no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
A primeria palestra do dia foi de Paul Dickinson, especialista em sustentabilidade, diretor e fundador do Carbon Disclosure Project (CDP), entidade que trabalha de perto com as maiores empresas do mundo para reduzir as emissões de carbono e melhorar a gestão da água no planeta. Dickinson iniciou sua fala apresentaqndo o trabalho do CDP, que possui o maior banco de dados com informações sobre sobre mudanças climáticas do mundo. Para o especialista, sustentabilidade é o nome que damos para problemas que o governo não consegue solucionar. “Algumas pessoas acreditam que a sustentabilidade é uma prioridade menor, mas estamos falado do futuro que deixaremos para as próximas gerações. Desta forma, eu acredito que as corporações podem e devem ser a solução para os problemas climáticos”, afirma.
Para Dickinson, negócios e política hoje são a mesma coisa. “Os negócios são a nova democracia mundial. Qualdo as pessoas compram um produto ou investem em uma empresa, elas também estão votando no mundo que elas desejam para si mesmas e para seus filhos”. Ele também acredita que os riscos apresentados pelo aquecimento global são, na verdade, uma enorme oportunidade para que o mundo dê um novo salto tecnológico. “A sustentabilidade não é um peso. Os consumidores querem cada vez mais fazer negócios com empresas façam parte da solução, e não do problema, e é aí que residem as oportunidades de negócios do futuro. Estamos experimentando uma evolução no capitalismo, em que passamos da necessidade de maximizar o valor para os acionistas shareholders a necessidade de maximizar o valor das ações que desempenhamos” finalizou.
Wesley Batista, presidente global do Grupo JBS, maior empresa privada do Brasil e líder mundial em processamento de carne bovina, ovina e de aves, abordou os desafios de liderança que uma empresa familiar de atuação global enfrenta. Para o executivo, nada substitui ter as pessoas certas nos lugares certos. “Esse é o segredo da boa gestão de um grupo tão grande. Acreditamos que a simplicidade é essencial, não só na forma de ser, mas na forma de agir.” Ele lembra que o maior desafio do JBS é ser a maior empresa do setor sem sem perder a essência – ser simples e eficiente.
“Muitas empresas começam de uma forma simples e quando crescem, criam uma burocracia que por vezes traz problemas sérios para a sobrevivência da organização. Lutamos muito para evitar que isso aconteça, para não aumentar a burocracia, para não criar feudos.”
Mas Batista também acredita que para que a governança nas empresas seja algo real e palpável é preciso que as estruturas atuem de fato. “Em muitas empresas o que se vê são estruturas criadas desnecessariamente, o que serve somente para satisfazer uma necessidade dos executivos, e que no fim das contas acaba por não produzir resultados palpáveis para a empresa” finaliza.
A presidente e CEO da IBM, Ginni Rometty, apresentou uma palestra sobre a importância do Big Data para as empresas do século 21. De acordo com a executiva, “estamos finalmente presenciando a convergência de multiplas tecnologias. Atualmente 2,7 bilhões de pessoas estão conectadas à internet e um quarto da população mundial utiliza alguma rede social. Cerca de 80% de todos os dados existentes foram criados nos últimos 2 anos”. Ela diz que há tanta informação sendo criada diariamente que é impossível que as pessoas tenham condições de analisar todos os dados disponíveis.
Segundo Rometty, o principal desafio desta nova era de tecnologia será filtrar as informações relevante nesse mar de dados. Ela acredita que estamos vendo a criação de uma ‘tecnologia mais inteligente’, que irá transformar as empresas, sua natureza e suas atividades com base em três características fundamentais:
A maior parte das decisões serão tomadas com base em dados e na análise de informações;
As empresas irão infundir inteligência em tudo o que fazem, e na forma com que fazem;
O ‘valor’ deverá ser entregue diretamente aos indivíduos, e não mais para grupos.
“Sou bastante esperançosa sobre o futuro e acredito que a informação vai ser o principal recurso natural do século 21. Mas há uma diferença fundamental entre esse recusro e aqueles que movimentaram a economia das nações em séculos passados: a produção de informação é ilimitada. Tudo o que precisamos é de uma forma eficiente de refiná-la. E é isso que as empresas mais inteligentes do mercado já estão fazendo em todo o mundo”