Grupo Entre capta R$ 200 milhões em nova fase de expansão

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Recursos levantados com a emissão de debêntures serão usados para dar maior escala aos negócios em meios de pagamentos

O Grupo Entre captou R$200 milhões, via emissão de debêntures, para dar início à nova etapa de seu processo de expansão. Visando a comercialização de produtos e serviços por meio de um ecossistema de empresas, o Grupo passará a oferecer desde microcrédito e microsseguros até publicidade e apps para automação da gestão de pequenos negócios, através das maquininhas dos parceiros.

O projeto, iniciado com a criação de um ecossistema de soluções em meios de pagamento, serviços agregados e soluções financeiras, a partir de 2022, entra agora na fase de busca por maior escala em clientes e volume de negócios.

“Passamos os últimos dois anos reunindo talentos, adquirindo participação em empresas complementares e criando um modelo de negócios realmente capaz de transformar o mercado de meios de pagamento”, afirma Antônio Freixo, o Mineiro, CEO do Grupo Entre. “Chegou a hora de acelerar a operação para ajudar um número bem mais amplo de clientes a fazer negócios.”

O modelo de negócios da Entre, em meios de pagamento, é distinto dos demais grandes competidores do mercado. A EntrePay, sua empresa de adquirência, não tem maquininhas de cartão com a própria marca. Atua só no B2B. O que ela faz é habilitar outras empresas, em geral bancos ou grandes redes de franquias, a operarem como subadquirentes, com maquininhas próprias. O conceito é conhecido como white label, ou marca branca.

“O tradicional modelo de venda de máquinas e taxas de antecipação de recebíveis se tornou ‘commodity”, afirma Mineiro. “Foi o que nos levou a buscar um novo modelo, capaz de trazer maior inovação e competitividade para os nossos clientes”.

Dentre as empresas as quais o Grupo Entre adquiriu o controle ou participação relevante, estão nomes como a Linked Gourmet e a Linked Beauty, que são apps para a automação de negócios de beleza e alimentação; a Leads Securitizadora; a WMoney, de crédito P2P (entre pares); o Portal da Editora Três (do qual fazem parte as operações online de títulos como IstoÉ Dinheiro, além de compreender todas as marcas IstoÉ) e a Pmovil, de tecnologia, dona de uma solução que permite o pagamento pela compra de produtos na conta de telefonia, entre outras coisas.

“Mas o grupo não pretende comercializar apenas serviços de empresas nas quais detém participação”, afirma Mineiro. “A ideia é dar aos clientes finais o máximo de opções possível e ganhar uma porcentagem sobre cada venda. Para os comerciantes, por outro lado, diz Mineiro, as maquininhas dos clientes da Entrepay serão uma fonte de receita, e não só de despesa, como atualmente”.

Expansão geográfica

Geograficamente, o foco do grupo também foge à regra. Na visão de Mineiro, as maiores oportunidades estão hoje fora dos grandes centros, um mercado no qual os clientes têm acesso ainda muito restrito, na comparação com as principais praças do país. “Queremos democratizar o acesso a uma série de serviços e produtos financeiros e tecnológicos para facilitar a vida dos empreendedores que estão lá na ponta”, afirma Mineiro.

Uma das regiões prioritárias para o grupo é o Nordeste, que tem se tornado uma das mais novas fronteiras econômicas do país. Com a previsão de receber investimentos bilionários em energias renováveis, projetos de infraestrutura logística, turismo e no agronegócio, a região tende a crescer acima da média do país, beneficiando não só grandes negócios, mas também os pequenos, sem o mesmo acesso a crédito e a serviços digitais.

Parte significativa dos R$ 200 milhões levantados com as debêntures será usada para ampliar a capacidade da Entrepay de antecipação de crédito, através das maquininhas. Hoje, o grupo possui uma carteira de mais de 100 mil clientes PJ e conta com parceiros como BNB e Banese. Até o fim de 2024, planeja fazer uma segunda emissão de debêntures – também de R$ 200 milhões. A meta é chegar a 500 mil clientes, em até dois anos.

De acordo com Antonio Freixo, o Mineiro, fundador e CEO do Grupo Entre, a capacidade de levar liquidez aos clientes é estratégica para isso. “Somos uma empresa facilitadora de negócios. Quanto maior a nossa capacidade de antecipação de recebíveis através das maquininhas, maior o potencial de crescimento dos nossos clientes e a confiança que terão no produtos e serviços que oferecemos”, diz.