Green Cloud: um importante avanço tecnológico na agenda ESG

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Por Fábio Lucinari, CEO da Nublify

A temperatura global deve subir a níveis recordes nos próximos cinco anos, de acordo com dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Como sabemos e é fortemente disseminado, um dos motivos que desencadeiam esse aquecimento global é a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

Nesse contexto, o setor de tecnologia, por meio de suas infraestruturas, é um dos responsáveis pelo agravamento dessa situação. É uma área com potencial de prejudicar o planeta quando emite CO2 durante a operação e o resfriamento do data center, na extração desordenada de recursos naturais para a produção de itens, no descarte inadequado de dispositivos na natureza e no consumo excessivo de energia, por exemplo.

Talvez você esteja se perguntando: mas a migração das empresas para a nuvem, algo que otimiza a necessidade de aquisição de infraestrutura física dos ambientes digitais, não tem contribuído para a redução desse impacto? Minha resposta é: sim, mas isso acontece de maneira mais significativa quando a opção é pela green cloud.

Green cloud é um ambiente digital que opera com base em energia renovável, ou seja, em recursos naturais que são reabastecidos de maneira orgânica, como o sol e o vento, por exemplo. Nesse conceito, o resfriamento dos data centers também se dá por meio dessa fonte de energia. Há, ainda, métodos e processos para que os recursos sejam usados com estratégia, evitando tanto o uso excessivo quanto a ociosidade.

Aderir à green cloud tem sido uma das vias de adequação das empresas ao padrão ESG. Além disso, quando migram para a nuvem de maneira correta, as organizações ainda usufruem de redução de custos, mobilidade, mais flexibilidade para a expansão dos negócios, aumento da eficiência operacional, mais segurança da informação e melhor governança dos dados.

Ambientes multicloud podem ajudar as empresas a aumentar seus créditos de carbono de várias maneiras:

  • Distribuindo as cargas de trabalho entre diferentes provedores de nuvem localizados em regiões com menor emissão de carbono;
  • Otimizando o uso de recursos de computação, armazenamento e rede em provedores de nuvem mais eficientes em termos de energia;
  • Escolhendo serviços verdes certificados dentro do ambiente multicloud;
  • Monitorando e gerenciando o consumo de energia para identificar ineficiências e implementar estratégias de otimização;
  • E, por fim, migrando para provedores de nuvem com melhores práticas ambientais à medida que surgem no mercado. 

No entanto, é importante ressaltar que a adoção de um ambiente multicloud não garante automaticamente o aumento do crédito de carbono, sendo necessário implementar práticas sustentáveis e monitorar o impacto continuamente.

Cloud green é, na essência, uma excelente prática de inovação, um dos muitos claros sinais de que a empresa se preocupa com o planeta, a natureza e as pessoas. Os melhores clientes, parceiros, colaboradores e investidores estão cada vez mais interessados em manter relações com esse tipo de companhia, mas desde que esse posicionamento não aconteça por imposição governamental, mas por um pensamento consciente e colaborativo.