Por José Bonilla, líder de engenharia de sistemas, conectividade de edifícios e data centers da CommScope para a América Latina e Caribe
O primeiro parâmetro do êxito de uma organização é a capacidade de se adaptar às mudanças que ocorrem em seu ambiente. Essa “capacidade de sobrevivência” nas tecnologias da informação é posta à prova ano a ano, à medida que as crescentes demandas por largura de banda e capacidade impulsionam constantemente a migração para velocidades de rede mais altas. Prova disso é a quantidade avassaladora de informações que fluem pelos data centers, um desafio que requer soluções revolucionárias de fibra que os alimentem hoje, ao mesmo tempo que os preparam para o futuro.
Nos data centers ao redor do mundo, a velocidade de conexão e a demanda por largura de banda estão acelerando e espera-se um salto de 400G para 800G e daí para velocidades de 1,6 terabits por segundo. Por enquanto, o objetivo é oferecer uma solução 800G SR8 de baixo custo que possa ser adquirida no curto prazo e permita que os datacenters suportem aplicações de servidor sem investir exageradamente em modificações na infraestrutura de fibra óptica. É por isso que trabalhar em soluções inovadoras é crucial para se adaptar à demanda de informação de amanhã, em que mesmo os componentes mais simples deverão ser capazes de fornecer confiabilidade e contar com suporte no processo de evolução para plataformas de alta velocidade.
Tecnologia multimodo no passado e no futuro
Desde a sua implantação em redes de telecomunicações no início da década de 1980, a fibra óptica permitiu, silenciosamente, grande parte do que hoje consideramos natural: tecnologias como a internet, vídeo de alta velocidade e redes móveis que dependem, em grande parte, das estruturas de fibra para garantir alta qualidade de serviço. A fibra óptica também proporciona um custo significativamente menor e largura de banda com mais capacidade em distâncias muito maiores, na comparação com outros sistemas de cabeamento.
Além disso, a fibra multimodo proporcionou vantagens significativas que a posicionaram acima dos sistemas monomodo e de cobre em determinadas circunstâncias, entre as quais a facilidade de manutenção que costumava ser uma dor de cabeça em outras interfaces. Ao mesmo tempo, ofereceu uma solução de custo mais baixo para aplicações de grande largura de banda quando não são necessárias conexões de longa distância.
Já nas últimas décadas foram desenvolvidas inovações que, em sua época, revolucionaram o mercado e se transformaram nas principais mídias de fibra para aplicações de ethernet. As fibras OM3 e OM4 aumentaram a largura de banda usando múltiplos comprimentos de onda, em velocidades de 40G, embora a demanda por velocidade também tenha migrado rapidamente de 40G para 100G e até ultrapassado 400G. Isso fez com que os especialistas em data centers fossem obrigados a encontrar soluções capazes de fornecer capacidades maiores de taxas de transferência de informações dos switches para os servidores, da maneira mais eficiente possível.
Assim surgiu a fibra OM5, que possibilita o aproveitamento de uma técnica chamada SWDM (shortwave wavelength division multiplexing, ou multiplexação por divisão de comprimento de onda curta, em tradução livre), que permite o uso de quatro faixas diferentes, em quatro comprimentos de onda próximos, suportando, portanto, pelo menos 100 Gb/s por fibra – um aumento de quatro vezes na largura de banda utilizável, além de ser compatível com fibras OM3 e OM4 e suas aplicações. Isso tornou as fibras OM5 uma mídia reconhecida nos padrões emergentes ethernet e fiber channel em velocidades de 50G, 64G, 100G, 200G, 400G, 800G ou superior.
O futuro dos data centers com fibra multimodo
Segundo a consultoria Frost & Sullivan, na América Latina, quase 1 bilhão de dispositivos estarão conectados à internet das coisas (IoT) em 2023. Se essa cifra for alcançada, significará um aumento anual de 26,7% entre 2017 e 2023, um crescimento sem precedentes no fluxo de informações nos data centers. Por esse motivo, serão necessárias soluções inovadoras de fibra que atendam às expectativas de alta velocidade, e a fibra multimodo se posiciona como uma opção altamente viável.
Nessa área, tudo se move cada vez mais rapidamente, com tendência a acelerar ainda mais. A boa notícia é que, entre os órgãos de padronização e a indústria, estão sendo levados a cabo desenvolvimentos importantes e promissores que podem impulsionar os data centers de 800G para 1,6T e além. Hoje, a CommScope mantém o futuro assegurado com a implantação da fibra OM5 LazrSPEED Wideband Multimode.
No entanto, superar obstáculos tecnológicos é apenas um dos desafios – outro é o tempo. Com os ciclos de atualização sendo executados a cada dois ou três anos e as novas tecnologias que entram online em ritmo acelerado, torna-se mais difícil para os operadores cronometrar corretamente suas transições, e mais dispendioso se não o fizerem da maneira certa.