Executivos de finanças estão menos otimistas em relação à economia, aponta pesquisa do IBEF-SP

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Menor otimismo com relação aos próximos 12 meses está refletido nas perspectivas de rentabilidade e lucratividade das empresas

Executivos de finanças estão menos otimistas com o futuro da economia, de acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP) e pela Saint Paul Escola de Negócios. O levantamento, referente ao quarto trimestre de 2022 (outubro, novembro e dezembro), indica que o Índice de Confiança do CFO (iCFO) caiu de 138,9 para 131,7 pontos percentuais, se comparado ao trimestre anterior. Com esse dado, o indicador retoma ao patamar do 1º trimestre de 2022.

“Nosso objetivo é apresentar para a sociedade a perspectiva de confiança dos executivos de finanças na economia brasileira, nos setores produtivos da economia e no desempenho esperado para suas organizações”, afirma José Cláudio Securato, presidente do Conselho do IBEF-SP e CEO da Saint Paul Escola de Negócios. Securato explica que o menor otimismo com relação aos próximos 12 meses está refletido nas perspectivas de rentabilidade e lucratividade das empresas.

A pesquisa também aponta que as principais preocupações indicadas pelos CFOs foram a demanda do mercado interno; o custo dos insumos; o câmbio; a atração, retenção e motivação de talentos; e o acesso a recursos financeiros (funding). “Observa-se que a preocupação com a inflação, terceira mais citada no trimestre anterior, aparece na décima primeira posição neste 4º trimestre”, aponta Securato.

Macroeconomia, setor e empresa

O iCFOm, que representa o índice de confiança em relação à macroeconomia, foi o componente que apresentou maior volatilidade ao longo da série. Neste trimestre, segue refletindo a instabilidade do cenário macroeconômico do país, chegando a 132,3, com uma variação negativa de -5,9 pontos percentuais, quando comparado ao trimestre passado.

“Essa variação negativa foi mais significativa nos índices referentes ao setor e à empresa. Respectivamente, o iCFOs (setor) alcançou 133,9 pontos, apresentando uma queda de -8,8 pontos percentuais. Já o iCFOe (empresa) chegou a 128,8 pontos, com uma queda de -7 pontos percentuais. se comparado ao período anterior”, explica Securato.

Perspectivas de investimentos

Quanto ao destino dos investimentos previstos para os próximos 12 meses, destaca-se a ampliação da capacidade instalada, citada por 28,2% dos respondentes. A previsão de investimento em Tecnologia da Informação (TI) foi o segundo fator mais citado, com 17,6%, sendo item recorrente entre as três primeiras posições, desde o início da pesquisa, em 2016.

Aos CFOs que preveem investimentos em TI para os próximos 12 meses, foi perguntado o quanto desses investimentos será destinado a soluções de Inteligência Artificial e Big Data. “Cerca de 48% dos respondentes preveem utilizar menos da metade dos valores previstos para esse fim e cerca de 36% não incluem esse tipo de investimento entre os valores previstos para TI”, aponta Securato. Os demais respondentes, cerca de 17%, preveem utilizar metade, ou mais, dos valores destinados a TI para esse tipo de solução.

O Índice de Confiança do CFO

O iCFO tem como objetivo captar a confiança dos Chiefs Financials Officers (CFOs) quanto ao desempenho futuro do país e dos negócios no Brasil. Para tanto, são verificadas as suas expectativas quanto à macroeconomia, ao seu setor e à sua empresa de atuação, considerando os próximos 12 meses. Em 2023, a pesquisa completa sete anos, sem intervalo. A periodicidade do iCFO é trimestral.