Escolha certa da plataforma de IoT é crucial para sucesso de um projeto – Por Luiz Carlos Faray

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Oi_Luiz Carlos Faray

A Internet das Coisas promete ser a nova revolução do mercado nos mais variados setores, transformando os negócios em proporções ainda desconhecidas. Mesmo os mais céticos admitem que os sensores irão transformar nosso cotidiano e a forma como as empresas fazem negócios em modelos que ainda não foram vislumbrados. Agora, conectar bilhões de dispositivos, (as previsões falam em 50 bilhões até 2020) vai exigir maior performance das plataformas para que permitam tirar o máximo dos “smart objects”, tendo em vista que esses devices serão muito simples, baratos e terão poucos recursos. A plataforma de IoT é o elemento chave desse jogo e escolher a plataforma certa pode fazer muita diferença no futuro. Nesse artigo, será apresentada uma visão sobre alguns aspectos que devem ser considerados na escolha de uma plataforma de IoT.

Embora algumas arquiteturas considerem um modelo de conexão local com a plataforma usando servidores dedicados, os modelos em Cloud devem prevalecer, pois economicamente são mais viáveis, além de oferecer toda a elasticidade e flexibilidade que a nuvem proporciona na conexão das coisas. Assim, a nuvem pública (ou híbrida) deve ser o local apropriado para a coleta dos dados, processamento, armazenamento, análise e interface das pessoas com as coisas, de modo a maximizar o retorno. Ainda assim, o volume de conexões será tão elevado que seria tecnicamente impossível enviar todos os dados gerados nos sensores diretamente para o processamento na nuvem. Portanto, deve existir um processamento distribuído com filtros e análise dos dados realizada localmente antes do envio para nuvem, otimizando assim o consumo e custos da conectividade. A este tipo de processamento local chamamos de FOG (neblina) Computing. Como em IoT a maioria das aplicações será de missão crítica, esta capacidade de processar rotinas localmente preserva a operação, mesmo em condições de instabilidade dos links de conexão. Dessa forma, entendo que a plataforma ideal deve suportar as duas possibilidades, com processamento em nuvem e distribuído para aproveitar os benefícios de ambos os cenários.

As questões relativas à segurança e privacidade dos dados estão entre as maiores preocupações das empresas. Essa preocupação é natural, uma vez que muitos dados estratégicos passam a fluir pelos sensores e podem gerar muitos prejuízos se forem utilizados de forma indevida ou ilegal. Imagine se os dados de volume de clientes que passam em frente a uma determinada loja bem como os dados da fração deles que decidem entrar nesta loja caem nas mãos do concorrente. As plataformas devem prever total controle e “ownership” dos dados e é prioritário que implementem algum mecanismo robusto de criptografia.

Existem no mercado, plataformas abertas (Open Source) e proprietárias. As plataformas Open Source tendem a mais ser promissoras pelas possibilidades de integração que as aplicações “open” proporcionam e pelos requisitos que o ecossistema de IoT vão demandar. Esse é tema é ainda nebuloso na indústria com o surgimento quase que diário de muitas plataformas abertas como FIWARE, IoT-Framework entre outras.

Outro ponto relevante a ser considerado na decisão sobre uma plataforma de IoT é disponibilidade de um marketplace. Isso tornará mais fácil a vida dos desenvolvedores, de modo a integrar funcionalidades e automações já desenvolvidas em “pacotes”. O uso de “bots” e inteligência artificial através de uma simples aquisição via marketplace aumentará muito o potencial das novas aplicações. A disponibilidade de APIs (Application Programming Interface) é um elemento essencial. A oferta de bibliotecas de APIs pode aumentar muito a usabilidade e integração dos dados das plataformas e aplicações das empresas, tirando o máximo proveito da Intenet das Coisas.

Concluindo, é recomendável uma plataforma de IoT que (1) que suporte à integração de diferentes hardwares, (2) que opere em Cloud com processamento distribuído, (3) implemente eficientes mecanismos de autenticação, gestão de identidades e criptografia dos dados das coisas, (4) utilize padrão Open Source, (5) disponibilize um ecossistema de aplicações voltados para IoT no marketplace e por fim (6) possuir um conjunto generoso de API tornando a adoção de IoT muito simples e com benefícios para negócios muito mais.

Luiz Carlos Faray, diretor de TI do B2B da Oi e membro do grupo de pesquisadores do Projeto IoT do GVcia