As ferramentas de inteligência artificial (IA) estão conquistando espaços importantes na vida das pessoas e sendo consideradas superinteligentes, como ocorreu recentemente com o ChatGPT. Este, assim como outras tecnologias, tem limitações, frequentemente erra e nem sempre entende o que o usuário deseja. Portanto, como dominar o ChatGPT e outras tecnologias de IA para evitar problemas?
Nesse cenário, o “design de prompts”, às vezes chamado de “engenharia de prompt” ou prompting, um misto de ciência, técnica e arte que está se desenvolvendo rapidamente, pode ser a resposta. Em inglês, a palavra prompt significa “solicitação”, “pedido” ou “estopim”, e é o nome dado às instruções que o usuário passa para o ChatGPT ou qualquer modelo parecido. “Se você pedir para o ChatGPT dizer quem é o presidente do Brasil, essa frase é o prompt. E, de acordo com a maneira com que você faz o pedido, pode haver resultados diferentes. Daí, a importância de saber o que pedir, e isso é a prova de que a inteligência natural e humana ainda é fundamental”, explica Everaldo Pereira, coordenador e professor do curso de Design do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
O especialista lembra que os modelos de aprendizado de máquina para IA são treinados com milhões e milhões de pontos de dados, para começar a formar sua própria base de conhecimento. Portanto, nunca é possível descobrir o que a máquina aprendeu. “A melhor maneira de saber o que a máquina sabe é criar diferentes prompts (textos de instrução) e ver qual saída se obtém. Isso pode levar muito tempo, após vários testes. Portanto, o design prompt normalmente converte uma ou mais tarefas em um conjunto de dados, baseado em prompt/pedido, e treina um modelo de linguagem, chamado ‘aprendizado baseado em prompt’, ou ‘aprendizado de prompt’ apenas”, reforça Pereira.
Dominar técnicas básicas de design de prompts será uma habilidade essencial no futuro. E também, ao que tudo indica, uma indústria bilionária: startups já listam prompts desenvolvidos internamente como ativos da empresa, da mesma maneira como aconteceu com os softwares, por exemplo. “Vele lembrar que já existe um mercado — o Promptbase –, no qual é possível comprar “receitas” para criar imagens e textos na inteligência artificial”, conclui o coordenador.