Segundo dados da consultoria britânica de recursos humanos Hays em parceria com a ESPM, 20% dos gerentes, analistas e presidentes de empresas instaladas no Brasil chegaram ao final de 2015 desempregados. Em busca de profissionais com mais energia e que demandem menor salário, as corporações estão renovando os cargos de chefia e gerência para profissionais mais jovens. Este processo, conhecido como Juniorização de Empresas, é uma solução prática para reduzir gastos, porém pode ter custos altos quanto se trata de produtividade e qualidade, de acordo com a consultora Carla Beck, diretora da Infinita Engenharia do Potencial Humano.
A juniorização é uma tendência no Brasil e no mundo. No entanto, ao se notar a necessidade de contenção de gastos, não basta renovar o quadro de funcionários, substituindo uma mão de obra cara porém eficiente por um novo colaborador, ágil porém despreparado. Qualquer mudança na empresa deve ser analisada com cautela. Ao se deparar com essa situação, deve-se fazer um levantamento de processos que possam estar impedindo o bom andamento da companhia.
Em algumas empresas, esta análise profunda pode alertar a necessidade de uma atualização dos processos internos, ou até problemas logísticos. Entretanto, se o caso for o quadro de funcionários, deve-se analisar a produtividade de cada colaborador: quanto ele custa e quanto ele agrega valor? \”Em certos casos, não é necessário demitir, e sim reavaliar as funções desempenhadas, levando em consideração uma possibilidade de trocar o profissional de área\”, afirma Carla Beck.
Na situação, porém, da necessidade da renovação de parte do quadro de funcionários, a consultora alerta: a mudança deve ser feita de forma gradual e estratégica. Os novos profissionais, principalmente que assumirão cargos de liderança, devem ser inseridos na organização com acompanhamento e cuidado. Eles chegarão com novo ânimo, novos conhecimentos teóricos e novas ideias, mas devem ser inseridos no fluxo da organização de modo que não comprometam negativamente sua produtividade e qualidade.
Felipe Roca, gerente do Premium Hotel em Campinas, recentemente necessitou reavaliar os processos e funcionários de seu estabelecimento para melhorar a performance, devido ao crescimento de suas vendas e de sua infraestrutura. Para isso, reuniu um comitê estratégico que discutiu e deliberou as mudanças, garantindo um consenso de liderança e direção. No entanto, clareza nos objetivos não é suficiente para mudar. É necessário engajar todo o time. \”Às vezes não sabia o que fazer com determinadas situações, ou seja, precisava de ajuda, por isto optei pela contratação da consultoria, hoje tenho mais sustentação nas tomadas de decisões pois são em conjunto, consequentemente houve melhorias nas habilidades gerenciais, principalmente a confiança e uma visão positiva de futuro para nosso hotel\”, comenta.
“A Infinita é importante no processo pois fornece experiência, conhecimento e direção para a gestão e todo o corpo de liderança. A participação da Carla Beck e Mauro Caramori nos comitês foi fundamental para encorajamento diante das necessidades de mudanças, dúvidas e todo tipo de adversidade que o hotel enfrenta no seu dia a dia. Outro ponto a destacar é o comprometimento com o resultado pois se empenham para que as coisas aconteçam”, completa Roca.
Reestruturar uma empresa em momentos de baixa produtividade não é tarefa fácil, e envolve análise profunda de cada processo, costume ou colaborador. Entretanto, com a atenção e cuidado necessários, pode definir entre o fundo do poço ou um novo começo para a empresa.