Mais de 90% dos empresários se preocupam com a escassez de mão de obra qualificada
Uma pesquisa divulgada pela Cebrasse/Ipema, realizada junto a prestadores de serviços de todo o país, aponta que para 92,5% dos empresários entrevistados a principal preocupação é a escassez de mão de obra qualificada em todas as atividades. Vendedores com experiência e profissionais de atendimento, principalmente na área de comércio, restaurantes, supermercados e panificadoras, são as vagas mais difíceis de serem preenchidas. Sendo a falta de mão de obra qualificada uma situação visível e preocupante, as empresas estão apostando em mudanças e flexibilizando a forma de contratação para atrair e reter o quadro de funcionários.
Isso é comprovado pela opinião do especialista Emílio Morschel, diretor da NOSSA Gestão de Pessoas e Serviços. Segundo ele, os candidatos estão mais exigentes e as empresas estão aprendendo a lidar com a situação. “São criadas alternativas e formas diferentes para atrair e reter pessoas, porque o mercado mudou”, diz. De acordo com Morschel, as empresas estão buscando profissionais que não são fáceis de serem encontrados, o que requer investimentos em diferenciais que antes não existiam. “Algumas corporações estão abrindo mão de experiências anteriores e oferecem o treinamento e qualificação, desde que o profissional tenha interesse e disposição para aprender; outras estão revendo as exigências e requisitos para contratação, abrindo mão de uma escolaridade maior, por exemplo”, explica o diretor. Para ele, as empresas estão se tornando mais criativas e flexíveis para conciliar as suas necessidades com as exigências dos candidatos.
Na avaliação do especialista, no último ano as organizações estão investindo em Centros de Treinamento para ensinar, formar e reter esses profissionais que, na maioria das vezes, possuem nível escolar básico. É um retorno ao modelo empresarial de duas décadas atrás, quando não existia o conceito “autodesenvolvimento”, em que cada profissional é responsável pela sua formação e qualificação. “Nos últimos tempos têm sido abertas novas posições para profissionais sem experiência, fazendo com que essa qualificação aconteça no âmbito da empresa. Isso também é um atrativo, visto que criar um espaço estruturado para o desenvolvimento profissional também é um diferencial”, comenta Morschel.