Mais de 1000 executivos ao redor do mundo apontaram seus temores numa listagem exclusiva produzida pela consultoria de gestão de riscos para este ano. Além da abordagem de curto prazo, a pesquisa inova com uma visão para 2030. Condições econômicas adversas, aceleração da transformação digital, privacidade de dados e ataques cibernéticos estão na agenda
A tradicional pesquisa da consultoria global ICTS Protiviti, que divulga a lista dos 10 maiores riscos do ano, foi inovada para uma visão de longo prazo e, nesta versão, considera o cenário para 2021 e 2030. O levantamento segue a percepção de 1081 executivos do mundo todo, entre membros de conselho e líderes de organizações de diversos setores.
Para 2021, não é surpresa que as ameaças relacionadas à pandemia saltam no ranking. O risco de políticas e regulamentos relacionados à pandemia impactando o desempenho dos negócios é o tema que se tornou prioritário, tanto globalmente quanto no Brasil. Mas não é só isso que preocupa os executivos. “A aceleração da transformação digital na força de trabalho, a volatilidade das economias, a mudança do mercado de trabalho, o aumento dos ciberataques e a preocupação com a privacidade dos dados são tendências que tornam a análise de riscos complexa para o ano de 2021”, comenta Rodrigo Castro, diretor Business Performance & Inovation (BPI) da ICTS Protiviti.
A lista completa das preocupações mundiais são:
1. Políticas e regulamentações relacionadas à pandemia impactam o desempenho dos negócios;
2. As condições econômicas restringem as oportunidades de crescimento;
3. Condições de mercado relacionadas à pandemia reduzem a demanda do cliente;
4. A adoção de tecnologias digitais pode exigir novas habilidades ou esforços significativos para melhorar e requalificar os funcionários existentes;
5. Privacidade e gerenciamento de identidade e segurança da informação;
6. Ameaças cibernéticas;
7. Impacto da mudança regulatória e do aumento do escrutínio regulatório pode afetar a maneira como os produtos e serviços são oferecidos;
8. Desafios de sucessão, capacidade de atrair e reter os melhores talentos;
9. Resistência à mudança de operações e modelo de negócios;
10. Capacidade de competir com “nascidas digitais” e outros concorrentes.
Apesar de termos vivido um ano altamente desafiador em 2020, a visão geral sobre os riscos para 2021 não é severa. Dos 10 principais riscos, apenas o primeiro é considerado como de alto impacto, enquanto o restante foi definido como moderado pelos respondentes. O fato de a pesquisa ter sido respondida em novembro, momento em que as empresas já haviam se reorganizado para o cenário pandêmico, pode ter amenizado a percepção dos executivos sobre o cenário de 2021.
No Brasil, a compreensão de riscos é semelhante ao que se viu no resto do mundo, porém em ordem e criticidade distintas. Considerando os 10 riscos apontados na pesquisa global, oito estão presentes no ranking brasileiro. Ao contrário do resultado global, nenhum dos riscos foi apontado como severo no Brasil.
Os desafios de sucessão e capacidade de atrair e reter novos talentos ficou em segundo lugar, enquanto que globalmente está na oitava posição. “Uma das hipóteses é o fato da mão de obra altamente qualificada ser escassa no nosso país. Apesar do alto desemprego, existem capacidades específicas que são muito disputadas localmente e as empresas sofrem risco material de perda de talentos”, explica Castro.
Privacidade de dados e ameaças cibernéticas guardam a mesma posição em relação ao ranking global, uma vez que o Brasil é igualmente suscetível a estes ataques, assim como os outros países. Já a volatilidade nos mercados financeiros globais, as taxas de câmbio e a preocupação com a retenção e fidelidade dos clientes são riscos apontados pelos executivos do Brasil e que destoam do ranking global.
Abaixo a lista completa dos riscos apontados no Brasil:
1. Políticas e regulamentos relacionados à pandemia impactam o desempenho dos negócios;
2. Desafios de sucessão, capacidade de atrair e reter os melhores talentos;
3. As condições econômicas restringem as oportunidades de crescimento;
4. A adoção de tecnologias digitais pode exigir novas habilidades ou esforços significativos para aprimorar e requalificar os funcionários existentes;
5. Privacidade e gerenciamento de identidade e segurança da informação;
6. Ameaças cibernéticas;
7. Condições de mercado relacionadas à pandemia reduzem a demanda do cliente;
8. Impacto da mudança regulatória e do aumento do escrutínio regulatório pode afetar a maneira como os produtos e serviços são oferecidos;
9. Volatilidade nos mercados financeiros globais e taxas de câmbio;
10. A manutenção da fidelidade e retenção do cliente pode ser difícil, pois as preferências do cliente e as mudanças demográficas evoluem.
Pesquisa aponta tendências globais e do Brasil para 2030
Adicionalmente, este estudo se propõe a buscar uma visão dos riscos de longo prazo, considerando as principais preocupações para o ano de 2030. Neste cenário, a pandemia deixa o protagonismo e cede espaço para o futuro do trabalho e o risco de tecnologias e abordagens disruptivas dificultarem a própria existência das organizações neste futuro.
A preocupação de que a adoção de tecnologias digitais possa exigir novas habilidades ou esforços significativos para aprimorar e requalificar os funcionários existentes é o principal risco apontado entre os executivos. Outro risco que se conecta a este guarda-chuva é o de que a velocidade rápida da inovação disruptiva possa superar a capacidade de competir das organizações e também a incapacidade das empresas tradicionais competirem com aquelas nascidas na era digital.
Veja abaixo a lista global completa para 2030:
1. A adoção de tecnologias digitais pode exigir novas habilidades ou esforços significativos para aprimorar e requalificar os funcionários existentes;
2. Impacto da mudança regulatória e do aumento do escrutínio regulatório pode afetar a maneira como os produtos e serviços são oferecidos;
3. A velocidade rápida de inovação disruptiva pode superar nossa capacidade de competir;
4. Desafios de sucessão, capacidade de atrair e reter os melhores talentos;
5. Privacidade e gerenciamento de identidade e segurança da informação;
6. Possibilidade de surgir produtos e serviços substitutos que afetem nosso modelo de negócios;
7. Manutenção da lealdade e retenção do cliente pode ser difícil conforme as preferências do cliente e as mudanças demográficas evoluem;
8. Capacidade de competir com “nascidas digitais” e outros concorrentes;
9. Incapacidade de utilizar análise de dados e “big data” para obter inteligência de mercado e aumentar a produtividade e eficiência;
10. Ameaças cibernéticas.
Já no Brasil, há uma percepção de longo prazo que destoa do cenário global. Apenas quatro dos 10 riscos estão também posicionados no ranking geral da pesquisa. Porém, os dois primeiros riscos guardam total semelhança, mostrando que tanto Brasil, quanto o mundo, entendem que o futuro da força de trabalho para um novo modelo de mercado deve ser olhado com atenção e também que o arcabouço regulatório trará maior pressão para mudanças nas organizações.
“Localmente, as incertezas políticas e a mudança no ambiente atual da taxa de juros são aspectos latentes, visto que estas inseguranças fazem parte do nosso contexto histórico. Outra preocupação local é a capacidade de acessar capital e liquidez suficiente, principalmente pelo risco de deterioração dos indicadores econômicos do Brasil decorrente do aumento de gastos e incapacidade de aprovação de reformas, como a administrativa e a tributária”, conclui Castro.
Abaixo, a lista completa do Brasil para 2030:
1. A adoção de tecnologias digitais pode exigir novas habilidades ou esforços significativos para melhorar e requalificar os funcionários existentes;
2. Impacto da mudança regulatória e do aumento do escrutínio regulatório, afetando a maneira como os produtos e serviços são oferecidos;
3. As condições econômicas restringem as oportunidades de crescimento;
4. Mudança no ambiente atual da taxa de juros;
5. Desafios de sucessão, capacidade de atrair e reter os melhores talentos;
6. Possibilidade de surgir produtos e serviços substitutos que afetem nosso modelo de negócios;
7. Incerteza política;
8. Volatilidade nos mercados financeiros globais e taxas de câmbio;
9. Capacidade de acessar capital e liquidez suficiente;
10. A facilidade de entrada de novos concorrentes na indústria e no mercado pode ameaçar nossa participação no mercado.