Dólar e investimentos de pessoas físicas batem recorde

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O relatório divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) foi visto como um indicativo de crescimento da busca dos brasileiros por investimentos, analisa Leandro Benincá, educador financeiro da Messem Investimento.

“O brasileiro está investindo mais. A parte não tão boa desta notícia é que, dos R$ 3,1 trilhões de reais investidos por pessoas físicas no Brasil, a imensa maioria ainda se concentra em investimentos financeiros de baixa rentabilidade, como títulos e fundos que não ultrapassar sequer o CDI, sem contar nos ‘bilhões de reais alocados na caderneta de poupança’ que, com a recente queda da taxa básica de juros, a Selic, acumula um rendimento de 3,5% ao ano, inferior ao desempenho de muitos índices da inflação“, salienta o especialista.

Mesmo nos investimentos mais sofisticados, como a previdência privada e os fundos, inclusive para os segmentos de alta renda e private, a maior parte das alocações ainda transita entre produtos de baixa rentabilidade e/ou alto custo de taxas.

“Embora o número de investidores no Brasil ainda seja minúsculo em relação ao tamanho de nossa população, estamos no caminho certo”, frisa Benincá, ressaltando: “Um país com mais investidores é mais sólido, menos sujeito ao endividamento geral da população e a crises de crédito, o que se reflete também na própria estrutura da sociedade”.

Dólar

Para o head de renda variável da Messem Investimentos, William Teixeira, é preciso muita cautela para “surfar a onda” da valorização do dólar, que no último pregão alcançou a maior cotação desde o início do Plano Real.

“O investidor que quiser surfar essa onda, ou se proteger dela, pode utilizar de contratos futuros de dólar, NDF, ou opções sobre a moeda para tal, no entanto é importante que o investidor esteja ciente do funcionamento de cada um desses derivativos, pois além da volatilidade atual que a moeda apresenta, o dólar é um ativos de menor previsibilidade do mercado, uma vez que sua cotação depende de inúmeras variáveis observadas ao redor de todo o mundo”, explica.

Apesar do cenário de aversão ao risco, com os investidores receosos em aplicar nos países da América Latina, em função da instabilidade política e econômica na região, Teixeira acredita que a moeda deva reverter parte desse movimento de alta.

“O [Boletim] Focus mostra o dólar a R$ 4. O mercado ainda projeta a queda da moeda”, conclui.